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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sexta - 19 de Novembro de 2010 às 14:12

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Economistas de alguns dos principais bancos do país defenderam nesta sexta-feira que o Governo precisará elevar juros no próximo ano para lidar com as perspectivas de inflação em alta.

Para Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, no próximo ano a inflação ficará "com algum esforço" em 5,5%. Goldfajn estima que os IGP (Índices Gerais de Preços), calculados pela FGV, devem encerrar este ano com alta de 12%. Esta alta deve ter impacto no próximo ano nos preços administrados, como contas e aluguéis, e também nos preços dos serviços.

O economista-chefe do grupo Santander Brasil, Alexandre Schwartsman, afirmou que o Banco Central já está atrasado na política monetária para conter as pressões inflacionárias.

Segundo Samuel Pessoa, chefe do Centro de Desenvolvimento Econômico do IBRE-FGV, o que está em discussão na transição para o próximo governo é se o que ele denomina de "contrato social" baseado em redistribuição de renda com com inflação baixa terá fôlego para se manter em 2011. Parte dos economistas presentes ao seminário "O Brasil no novo Governo" avalia que este modelo será combinado a uma ideologia de nacional desenvolvimentismo no governo de Dilma Rousseff.

Afonso Celso Pastore, consultor da A.C. Pastore & Associados, criticou o papel desempenhado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) nos últimos anos.

"Estamos satisfazendo os pobres com benefícios e os ricos com generosos empréstimos subsidiados", disse. Para Armando Castelar, coordenador da área de Economia Aplicada no IBRE/FGV, o banco está compensando com juros subsidiados os efeitos do câmbio para as empresas.

Schwartsman endossou as críticas. Ele destacou o aumento da participação do banco de fomento no total de crédito e criticou os aportes feitos pelo Governo.

"Você tem alguns episódios em que o BNDES aproveitou para comprar dividendos, passar recursos para o Tesouro comprando dividendos que o Tesouro teria a receber de empresas estatais, que é mais uma daquelas maluquices em que misteriosamente um aumento da dívida pública vira aumento da receita. Mas isso não é inédito, a Grécia fez bastante disso e está em "grande forma", como se sabe", disse.

Nos cálculos de Schwartsman, os gastos de União, Estados e municípios saltaram de uma faixa de 24% a 25% do PIB (Produto Interno Bruto) até 1999 para um patamar atual de 33% a 34% do PIB.






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