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Economia
Quinta - 18 de Novembro de 2010 às 08:38
Por: Tânia Monteiro/Leonêncio Nossa

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O Planalto sinalizou ontem que o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, permanecerá à frente da estatal no governo Dilma Rousseff. Ministros influentes afirmaram que são remotas as chances de mudança no comando da empresa.

Na noite de terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou-se com a sucessora, Dilma Rousseff, na residência oficial do Alvorada, para discutir nomes do primeiro escalão e dos comandos das estatais no próximo governo. Pela manhã, a presidente eleita telefonou para o futuro vice-presidente, Michel Temer, do PMDB, para informar que anunciará no dia 15 a lista do novo ministério.

Preocupado em manter a imagem de distanciamento em relação ao próximo governo, Lula se limitou a dizer, em entrevista coletiva, que Gabrielli será presidente da Petrobrás pelo menos até 31 de dezembro, quando ele próprio deixa o Planalto. Gabrielli desembarcou ontem cedo em Brasília. Do aeroporto, ele seguiu direto para um encontro com Lula no Planalto.

Um dos ministros ouvidos pelo Estado disse que as antigas divergências de Gabrielli com Dilma já estão superadas. "Ele (Gabrielli) lidera, com muita competência, o processo de expansão da Petrobrás", afirmou o ministro.

"É respeitado no País e no exterior", completou. "Para que mexer?" Gabrielli, segundo o auxiliar do presidente, recebeu elogios do mercado ao defender de forma "dura" os interesses da Petrobrás no novo modelo de exploração de óleo da camada pré-sal. A estatal tornou-se detentora de 30% dos pontos de exploração e a única operadora. Na avaliação de outro ministro, é remota a possibilidade de Gabrielli assumir um cargo no governo de Jaques Wagner, na Bahia, com intenções futuras de disputa eleitoral.

Destaque. O mesmo ministro avaliou que, na presidência da Petrobrás, Gabrielli, um petista baiano, tem projeção de destaque. Nos anos 1980 e 1990, o presidente da empresa disputou eleições para deputado federal e governador na Bahia pelo PT. Na avaliação do governo, as denúncias contra uma das cotadas para comandar a estatal, a engenheira Maria das Graças Foster, atual diretora de Gás e Energia da estatal, poderiam não ser bem recebidas pelo mercado.

Amiga de Dilma, a engenheira ficou fragilizada com informações sobre a existência de contratos que a empresa de seu marido, Colin Vaughan Foster, possui com a Petrobrás.

Nos últimos três anos, a C. Foster assinou 42 contratos, sendo 20 sem licitação, no valor de R$ 614 mil, para fornecer componentes eletrônicos para áreas de exploração e produção para unidades da estatal.

Ministra. Apesar das relações de seu marido com a estatal, a engenheira ainda tem chances de ganhar um posto mais próximo de Dilma em Brasília.

Maria das Graças tem um perfil técnico bastante elogiado pela futura presidente e poderá assumir um ministério na Esplanada ou ficar ao lado da presidente no Planalto como assessora especial, por exemplo.

Uma das possibilidades é Maria das Graças Foster ocupar um cargo na Casa Civil, caso a pasta seja reformulada por Dilma e tenha um perfil mais técnico que político. A possível reestruturação da Casa Civil já foi especulada por interlocutores de Dilma Rousseff.






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