Justiça de MS inocenta delegado acusado de vazamento de informações sigilosas
A Justiça Federal de Mato Grosso do Sul inocentou por falta de provas o delegado Aldo Roberto Brandão, 52, da Polícia Federal, da acusação de ter sido responsável, em 2007, pelo vazamento de informações sigilosas a integrantes de uma quadrilha de caça-níqueis no Estado.
A absolvição foi pedida pelo Ministério Público. Brandão está afastado para tratamento de saúde.
Em nota, o delegado Brandão qualificou a denúncia como um "factoide" criado pela "então cúpula da Polícia Federal em Campo Grande/ MS", na tentativa de "achar um culpado para o fracasso da investigação".
"Fez-se muito barulho por nada, os resultados foram pífios e [a investigação] serviu apenas para aflorar a vaidade de alguns", disse.
Brandão, que à época chefiava a Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio da PF, teve seu nome citado em um telefonema entre dois suspeitos de participação no esquema ilegal, que apenas naquele ano foi alvo das operações Artêmis 3 e Xeque-Mate.
No diálogo, um dos suspeitos diz que o delegado o havia aconselhado a tirar as máquinas de circulação. "Uns 15 dias atrás [Aldo] falou para mim: "Tá com o equipamento na rua, tira que vai ter operação", diz um trecho da gravação, feita no dia 19 de abril.
O delegado diz que apenas comentou, em uma barbearia, o noticiário sobre a operação Artêmis 3, que havia ocorrido no dia anterior (4 de abril) e na qual foram apreendidas 465 máquinas caça-níqueis.
"Uma pessoa que se encontrava no mesmo local comentou: Desse jeito a Polícia Federal vai acabar com os caça-níqueis. Retruquei: A tendência é essa, e o assunto foi encerrado", afirma.
Em junho de 2007, a Procuradoria denunciou 39 pessoas sob a acusação de integrarem a suposta máfia dos caça-níqueis. Investigado e indiciado pela PF, o aposentado Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi excluído da denúncia por falta de provas.
A superintendência da PF disse, por meio de sua assessoria, que não iria comentar as afirmações do delegado.
Comentários