Após 10 anos sem mandato, amargar 2 derrotas e, por outro lado, passar pelo TCE e se aposentar com salário vitalício superior a R$ 20 mil, Júlio Campos deve voltar à Câmara Federal
Júlio volta ao poder 10 anos depois

Na noite do próximo dia 3, quando o Tribunal Regional Eleitoral anunciar o resultado das eleições para o Legislativo, lá vai estar ele, Júlio José de Campos, como um dos 8 eleitos a deputado federal. Será a volta ao poder de um dos caciques políticos mais populistas do Estado, após sofrer duas derrotas nos últimos 10 anos, uma para governador e outra para prefeito de Várzea Grande. Nesse intervalo em que ficou sem cargo eletivo, Júlio buscou garantir mais uma aposentadoria. Teve uma curta passagem pelo Tribunal de Contas e se aposentou como conselheiro, com salário para o resto da vida. Hoje, a aposentadoria é de R$ 22 mil mensais.

Todas as pesquisas apontam Júlio entre os primeiros colocados. Sua eleição à Câmara Federal é tida como certa. Trata-se da principal aposta do DEM. Ele já tem o irmão Jayme Campos como senador. É outro que também exerceu mandatos, como de prefeito de Várzea Grande e de governador. Mesmo sob desgaste, os irmãos estão reconquistando espaço na política. Isso quer dizer que, nas eleições municipais de 2012 vão marcar posição, principalmente em Várzea Grande, segundo maior município mato-grossense.

Júlio completa 64 anos no próximo 11 de dezembro. Começou na vida pública nos anos 1970. Exerceu diversos cargos públicos. É cria da extinta Arena, PDS e PFL (hoje DEM). Junto com o irmão, Júlio dita as regras no Democratas. Foi prefeito de Várzea Grande entre 73 a 77. Depois, ocupou cargo de deputado federal por duas vezes (79/83 e 87/91), de governador (83/86) e de senador (91/99). Pelo visto, Júlio chegará aos 70 anos exercendo mandato.

Assim como o cacique do PMDB Carlos Bezerra, que foi prefeito de Rondonópolis três vezes, deputado estadual, governador, senador e busca o terceiro mandato de federal, Júlio Campos não se desconfiou de que seria hora de abrir espaço a novas lideranças, já que, para conquistar cargo eletivo, é fundamental apoio partidário e esse trunfo tem ficado somente com ele porque conduz as discussões dentro de suas conveniências pessoais.