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Economia
Domingo - 19 de Setembro de 2010 às 09:20
Por: Vívian Lessa

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Os cursos técnicos e de capacitação profissional, realizados pelo Sistema "S" - Senai, Senac e Senar - devem movimentar pelo menos R$ 71,5 milhões neste ano em Mato Grosso. O valor arrecadado pelas instituições é revertido para o custeio e manutenção dos equipamentos utilizados em sala de aula e no pagamento dos profissionais. A conta é estimada tomando como base o número de alunos já capacitados até o momento pelos Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Comercial (Senac) e multiplicado pelo valor médio dos cursos, que podem variar de R$ 20 a R$ 300 mensais, pagos integralmente pelos alunos ou em forma de convênio com as empresas. As entidades também oferecem cursos gratuitos à população mato-grossense.

A gerente de Educação do Senai, Lélia Brun, explica que a entidade já capacitou neste ano 31,810 mil alunos, sendo 26,1 mil por meio de cursos pagos e conveniados e 5,7 mil por cursos gratuitos. O valor desses serviços varia entre R$ 20 a R$ 268 por mês, dependendo do curso e da carga horária. Ela conta que entre os mais procurados destacam-se pelos segmentos da informática, construção civil, gestão, alimentos e bebidas.

Conforme Lélia, o Senai oferece atualmente 389 cursos em diversas especialidades. "Temos a meta de capacitar cerca de 48 mil trabalhadores até o final deste ano". A representante do segmento industrial ressalta que a procura pela capacitação e profissionalização aumentou no último ano. "A demanda é maior por cursos gratuitos". Ela explica que entre os cursos pagos, há os conveniados que são custeados por empresas. "É possível que o aluno receba subsídio de até 90% para estudar em qualquer curso pago". Lélia ressalta ainda que a procura pelos cursos acompanha a demanda das indústrias.

No comércio a situação não é diferente. Em 2009 o Senac qualificou 25,119 mil alunos nas seguintes modalidades de ensino: formação inicial e continuada de trabalhadores, educação profissional técnica de nível médio, educação superior. Conforme a diretora de Educação Profissional da entidade, Paula Fernandes, a previsão até final do ano de 2010 é atender aproximadamente 25,1 mil alunos nas mais diferentes modalidades oferecidas pelo Senac. A instituição conta com 4,751 mil alunos em processo de qualificação, que iniciaram o curso em 2009 com previsão para terminar neste ano.

Ela ressalta que, dentro do programa Senac de gratuidade, foram atendidos 1,633 mil alunos neste ano, sendo 11,173 mil capacitados em cursos pagos. "Entre os cursos oferecidos somam 54 turmas gratuitas e 957 turmas pagantes". Ela explica que o valor do curso depende da carga horária, do tempo de duração do curso, podendo ficar entre R$ 50,00 a R$ 268,00, sendo esse último para curso técnico. "Os alunos dos cursos pagos como dos gratuitos recebem todo o material didático de forma padrão. O material de consumo do curso, o instrutor, a metodologia é igual para todos os cursos".

Paula diz que destacam-se os cursos técnicos (pagos) em enfermagem, segurança do trabalho, técnico em gastronomia, cabeleireiro e os aperfeiçoamentos nas áreas de turismo e hospitalidade, gestão e comércio. Já a lista dos gratuitos mais procurados é composta pelos cursos de aprendizagem em serviços de escritório, em operações de supermercado, camareira em meios de hospedagem e recepcionista.

A disponibilidade de cursos gratuitos possibilitou os estudantes Michel Carvalho, 17, e Vivian Gomes Ramos, 25, a terem condição de buscar um espaço no mercado de trabalho. Os dois, alunos do curso de auxiliar administrativo, afirmam que até procuram outras alternativas pagas mas os valores não atenderam as expectativas. Para Raely Cristina Ferreira, 16, a opção de optar por um curso gratuito é por também não ter condições para bancar um curso pago de maior duração. Já o estudante Odair José de Souza Lima, 30, faz o curso de montagem de computador as custas de um desconto oferecido pela instituição em que estuda. Diferente do seu colega de sala de aula, Luiz Lisboa Anicezio, 38, que tem de pagar R$ 500 para fazer um curso com duração de um mês. Ele conta que a opção por bancar os estudos veio da necessidade da capacitação.

Campo - Mas a demanda e oferta para cursos capacitação e qualificação profissional não é uma situação que ocorre nos setores comercial e industrial. A procura também já chegou ao campo. Com o desenvolvimento tecnológico e o aperfeiçoamento das máquinas agrícolas, a mão-de-obra qualificada passou a ser um problema para o agronegócio, base da economia mato-grossense. E é por isso que Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de Mato Grosso (Senar-MT) criou diversos cursos de aperfeiçoamento. Em 2009, foram realizados 112 treinamentos em diferentes regiões do Estado com a participação de 1,6 mil pessoas.

Em 2010, segundo o gerente técnico do Senar-MT, Marciel Becker, existem 50 treinamentos em andamento, fechados até agosto, com a participação confirmada de 750 pessoas. Ele ressalta que somente neste ano foram capacitados 19,469 mil pessoas, em 1,283 mil cursos diferenciados. Conforme Becker, todas as capacitações são gratuitas. "Melhor dizendo, já foram pagas pelos próprios produtores através de um percentual retirado do 0,2% que o INSS retém sobre a comercialização de mercadorias".

E mesmo com a quantidade de cursos oferecidos pelas entidades do Sistema "S" o economista Vivaldo Lopes analisa que ainda é escassa a oferta, considerando também o que é disponibilizado pelo governo e pela iniciativa privada. "Entendo que a demanda de cursos oferecidos no Estado está aquém do ideal". Ele ressalta que a qualificação é um dos principais gargalos para o crescimento da economia mato-grossense.





Fonte: A Gazeta

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