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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Quinta - 09 de Setembro de 2010 às 01:02

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Reprodução
O céu escurece e o ritmo frenético da cidade diminui. As janelas indicam: a maioria dos brasileiros já está em casa. Mas tem muita gente levando vida de coruja.

Troca de turno em uma empresa atacadista, na região metropolitana de Belo Horizonte. Enquanto muita gente vai dormir, 214 homens começam uma jornada que só vai terminar às cinco da manhã. Com o adicional noturno, eles chegam a ganhar 20% a mais que os colegas que trabalham de dia. Bom nem tanto! O risco de um infarto também é maior.

Uma pesquisa da escola de enfermagem da UFMG mostra que a chance de ter problemas cardíacos é 30% maior pra quem trabalha à noite.

Quando dormimos, a temperatura do corpo cai. Músculos, tendões e articulações ficam mais relaxados. Os vasos sanguíneos se dilatam pra aumentar o fluxo de sangue pelo corpo. A respiração fica mais lenta. O coração bate mais devagar - a pressão arterial tem uma queda de 10%. Tudo isso para o corpo descansar e se recompor.

Quem dorme durante o dia, sofre a influência de diversos estímulos, como claridade e barulho, que impedem um sono de qualidade. “Seu sistema nervoso vai ser abalado, sua memória fica prejudicada, sua resistência física não é a mesma”, diz o neurologista de comportamento, José Walmir Barrote Júnior.

“Deitei era uma hora da tarde mais ou menos, fiquei enrolando, enrolando na cama pra lá e pra cá. Depois fico nervoso porque eu não dormi”, conta o frentista Henrique de Souza Neres.

O estudo também apontou aumento na taxa de colesterol dos pacientes que trabalham à noite. “O ideal é que esse colesterol esteja abaixo de 200 ml. Por decilitro. O que a gente tem identificado nessa pesquisa é que a média de colesterol das pessoas que trabalham à noite está por volta de 270, 280”, revela o coordenador da pesquisa, Adriano Marçal.

E 65% dos voluntários pesquisados que têm hipertensão passam a madrugada trabalhando.

“É um alerta porque antes eu não tinha esse conhecimento aí, então passou pra mim e eu estou fazendo as "precauções", certos produtos alimentares, como gorduras, frituras, essas coisas”, diz o porteiro Nésio de Araújo Rocha.

Para quem sofre mais as consequências do trabalho noturno, o especialista aponta uma forma de amenizar o problema: “Ele pode ser diminuído à medida em que você cria condições para que ocorra um sono de qualidade, mesmo durante o dia", diz o psiquiatra Dirceu Valladares.






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