A taxa de analfabetismo caiu 1,8% de 2004 a 2009, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre as pessoas de 15 anos ou mais de idade. No ano passado, a taxa foi de 9,7% da população, um total de 14,1 milhões de pessoas, contra 11,5% em 2004. Em 2008, a taxa foi de 10%.
A meta do Brasil, definida em um acordo estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é chegar à taxa de 6,7% de analfabetismo em 2015.
O analfabetismo funcional _ segundo o IBGE, pessoas com 15 anos ou mais de idade e menos de quatro anos de estudo_ foi estimado em 20,3% das pessoas de 15 anos ou mais de idade. A queda foi de 0,7 ponto percentual em relação a 2008 e de 4,1 pontos percentuais em relação a 2004.
Na comparação entre as regiões do país, o Nordeste teve a maior taxa de analfabetismo, 18,7%, em 2009. A região, no entanto, registrou a maior queda do índice em cinco anos. Em 2004, eram 22,4% de analfabetos. O menor nível de analfabetismo se concentra no Sul, com 5,5% da população de 15 anos ou mais de idade. A taxa é de 5,7% no Sudeste, de 8% no Centro-Oeste e de 10,6% no Norte.
Na comparação entre os sexos, os homens apresentam taxa de analfabetismo de 9,8% contra 9,6% das mulheres. A maior concentração de analfabetos está entre os mais velhos, 92,6% deles têm 25 anos ou mais de idade.
Instrução
A pesquisa do IBGE aponta melhoria do nível de escolaridade no país. Entre as pessoas com 25 anos ou mais de idade, aumentou em 4,6 pontos percentuais a proporção de pessoas com ensino médio completo em cinco anos. A taxa foi de 18,4%, em 2004, para 23%, em 2009. A proporção daqueles que têm nível superior completo aumentou 2,5 pontos percentuais no mesmo período. Foi de 8,1%, em 2004, para 10,6%, em 2009.
Em 2009, a população de dez anos ou mais de idade chegou a 7,2 anos de estudo em média. No ano anterior, essa média foi de 7,1 anos. A maior média ocorre entre os 20 e 24 anos, com 9,6 anos de estudo. Nessa faixa etária, as mulheres têm 10 anos de estudo em média e os homens têm 9,3 anos.
Rendimento
Segundo a Pnad, domicílios com rendimento mensal per capita de um salário mínimo ou mais tiveram 99% das crianças de 6 a 14 anos de idade frequentando a escola. Entre aqueles que têm rendimento per capita inferior a um quarto do salário mínimo, 96,5% das crianças da mesma idade estavam na escola.
Taxa de escolarização* por rendimento per capita do domicílio, em % | |||||
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Renda domiciliar per capita mensal, em salários mínimos | 4 ou 5 anos de idade | 6 a 14 anos de idade | 15 a 17 anos de idade | 18 a 24 anos de idade | 25 anos ou mais de idade |
Menos de 1/4 | 66,8 | 96,5 | 80,6 | 25,3 | 4,9 |
1/4 a menos de 1/2 | 69,9 | 97 | 82,5 | 24,1 | 4,3 |
1/2 a menos de 1 | 76,2 | 97,8 | 84,5 | 24,2 | 4,5 |
1 ou mais | 86,9 | 99 | 90,6 | 38,5 | 5,6 |
Total | 74,8 | 97,6 | 85,2 | 30,3 | 5,1 |
Fonte: Pnad 2009, IBGE *Percentual de estudantes em relação ao total de pessoas do mesmo grupo etário |
Rede de ensino
Distribuição dos estudantes por rede de ensino, em % | ||
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Pública | Particular | |
Total | 78,1 | 21,9 |
Maternal, jardim da infância, etc | 69,9 | 30,1 |
Ensino fundamental e classe de alfabetização | 86,9 | 13,1 |
Ensino médio | 86,4 | 13,6 |
Ensino superior (inclui mestrado e doutorado) | 23,4 | 76,6 |
Fonte: Pnad 2009, IBGE |
Com relação à divisão por rede de ensino, o levantamento de 2009 mostra que 78,1% do total de 55,2 milhões de estudantes estavam na rede pública. Essa maioria se mantém até o ensino médio, mas muda no ensino superior. Nesse nível de ensino, a rede privada atende a maior parte dos estudantes, 76,6%.
Entre os estudantes da rede pública, 54,7% estavam na rede municipal, 42,9% estavam na rede estadual e 2,4% estavam na rede federal.
As escolas municipais são maioria no Norte, com 55,5% das escolas; no Nordeste, 67,3%; e no Sudeste, 49,3%. No Sul e Centro-Oeste, a maioria dos alunos está na rede estadual. São 51,5% no Sul e 56,6% no Centro-Oeste.
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