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Repórter News - reporternews.com.br
Brasil Eleições 2012
Sábado - 21 de Agosto de 2010 às 22:50

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A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou neste sábado que espera disputar o segundo turno das eleições com os votos dos eleitores que não acreditavam mais em política.

"Nossos votos são do coração, daqueles que não acreditavam mais em política e enxergam em nós a possibilidade de um futuro diferente. Nós somos a prova de que para vencer não se depende apenas de dinheiro, mas de propostas concretas".

A declaração foi feita em Blumenau (139 km de Florianópolis), onde ela fez um passeio pela rua XV de Novembro, região central da cidade.

Quanto à pesquisa Datafolha divulgada hoje, que aponta vitória da candidata Dilma Rousseff (PT) já no primeiro turno das eleições, Marina demonstrou calma ao falar sobre os resultados.

"Tenho absoluta certeza de que nossos números são maiores do que os que aparecem nas pesquisas", declarou.

Segundo o Datafolha, Marina está em terceiro lugar, com 9% das intenções de voto. O levantamento mostra que Dilma distanciou-se de Serra em 17 pontos e chegou aos 47% na preferência do eleitorado.

Como José Serra tem 30%, a petista venceria a eleição no primeiro turno. Trata-se da primeira pesquisa depois do início da campanha em rádio e TV.

De acordo com Marina, não é necessário uma estrutura faraônica para ganhar uma eleição. "É essencial termos propostas claras e objetivas e uma trajetória de vida coerente. Nossa vitória não será baseada em velhas alianças políticas, mas no esforço conjunto de empresários de vanguarda, jovens e o povo em geral que ânsia por uma nova realidade para o Brasil", explica.

DESASTRES NATURAIS

Marina aproveitou a visita a Blumenau para lançar a proposta de criação de uma Agência Nacional do Clima. Além disso, ela também defendeu a criação de um fundo nacional de recursos a serem utilizados por atingidos em desastres naturais e melhor aparelhamento e qualificação da Defesa Civil.

De acordo com a candidata, a agência teria por objetivo trabalhar na prevenção de desastres ambientais através do monitoramento preventivo. "Com tecnologia, com supercomputadores, é possível com até três horas de antecedência avisar a população sobre a iminência de algum desastre natural. O que não pode acontecer é as pessoas serem surpreendidas, como ocorreu em Blumenau, na catástrofe de 2008."

Já o fundo teria por objetivo a liberação rápida e sem burocracia de dinheiro para as cidades atingidas por tragédias. "Em 2010, o governo federal já liberou R$ 1 bilhão para ajuda aos municípios atingidos por desastres e apenas R$ 244 milhões para prevenção. Este número tem que ser invertido", disse.

Marina disse ainda que, se eleita, também vai criar mecanismos para se monitorar a emissão de CO<ht>2<ns>, da mesma forma que se monitora o PIB. Na sua opinião, as enchentes que têm ocorrido sucessivamente em Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e até no Nordeste não são fenômenos naturais, mas resultado da degradação ambiental e da falta de políticas sérias de prevenção.

"Em 2007 tivemos o registro de cerca de 2.000 municípios atingidos por catástrofes naturais. Em 2009, esse número pulou para 3.000. Precisamos de uma política urgente de prevenção", disse.

Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apresentados nesta semana, segundo Marina, são motivo de vergonha. "O governo Fernando Henrique Cardoso investiu pouco em saneamento e o governo de Lula um pouco mais, porém, não o suficiente."

Ela afirmou que seriam necessários investimentos de R$ 20 bilhões ao ano por um período de dez anos para todo o país contar com saneamento. É muito dinheiro para solucionar o problema de captação de recursos, por isso, ela propõe as parcerias público-privadas.

TRAGÉDIA DE 2008

Em Blumenau, Marina visitou um acampamento de 24 famílias que foram atingidas pela catástrofe de 2008, em que centenas de casas foram arrastadas pela lama. Essas famílias se recusaram a ir para abrigos públicos.

Cada família tem em média três filhos. Eles reclamaram que faltam políticas de habitação para pobres. Marina explicou para eles que o que houve em Blumenau é mais consequência da falta de políticas de prevenção do que propriamente de um desastre. E se comprometeu, caso ganhe, em trabalhar por essas políticas.

A visita de Marina em Santa Catarina teve início por Blumenau devido às questões climáticas do município. Atualmente, cerca de 300 famílias atingidas em 2008 ainda moram em abrigos públicos à espera de apartamentos que estão sendo construídos pela Prefeitura de Blumenau. Na próxima semana, ela deve visitar o município de Joinville.






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