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Brasil Eleições 2012
Terça - 17 de Agosto de 2010 às 16:54

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Candidata do PV à Presidência, Marina Silva foi evasiva ao responder o que pesava mais na balança: população ou meio ambiente. Nesta segunda-feira, a presidenciável fez corpo a corpo com lideranças comunitárias de Jardim Mata Virgem, área de ocupação irregular na divisa entre São Paulo e Diadema.

Marina foi questionada se regiões como Mata Virgem, erguida às margens da represa de Guarapiranga, deveriam ser urbanizadas (esgotos a céu aberto evidenciam o saneamento precário) ou removidas (por eventuais choques com a legislação ambiental).

Em vez de escolher, Marina adotou o discurso de "lá e cá", afirmando que "as duas coisas têm que ser tratadas como prioridade".

Diante de dezenas de moradores, mas pressionada a definir sua posição, ela por fim defendeu vetar novas ocupações. As que já existem passariam por laudo técnico, "para ver os lugares que podem ser regularizados".

"A mesma coisa que eu vi lá na Favela do Coque, em Pernambuco, que é um Estado pobre, eu vejo no Estado mais rico da federação. Isso só tem um nome: falta de políticas públicas", disse Marina. A situação de Mata Virgem também foi comparada à do morro dos Prazeres, atingido por deslizamentos após fortes chuvas no Rio de Janeiro, em abril.

A candidata calculou pelo menos R$ 20 bilhões por dez anos para resolver "um problema estrutural". Afirmou esperar que no horário eleitoral gratuito, iniciado nesta terça-feira, "também possa mostrar este Brasil profundo que estamos vendo aqui".

Na visita, Marina foi escoltada pela vereadora Regina Gonçalves (PV), que neste pleito tenta pular à deputada estadual. Quando o líder comunitário Jorge Luís da Silva, 47, reclamou da falta de saneamento, que deixa um mau cheiro permanente na área, Regina sugeriu que ele mostrasse o problema à Marina --agora, na frente das câmeras fotográficas e da TV.

Nesse meio tempo, a presidenciável pediu cuidado para que jornalistas não enfiassem, literalmente, o pé na lama --o lixo é depositado próximo à rua estreita e de asfaltamento precário por onde Marina penou a chegar com sua equipe, de carro.

ESTRATÉGIA

Marina disse que não pretende mudar sua estratégia eleitoral, mesmo após a escalada da adversária Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas.

O último Datafolha aponta que a petista está a apenas três pontos de liquidar a fatura no primeiro turno: 41% contra 33% de José Serra (PSDB) e 8% de Marina --que em levantamento de julho aparecia com 10%, dentro da margem de erro, de dois pontos (para menos ou para mais).

Sem avançar nas pesquisas, a candidata verde afirmou que o plebiscito entre PT e PSDB já foi rompido. "E vamos quebrar também a ideia de que a eleição é um espaço apenas para frases de efeito, para desqualificação uns dos outros."

Mas Marina não se inibiu em sacar suas próprias metáforas, já usadas no dia anterior. Para falar do espaço reduzido no horário eleitoral (de 1min23s), primeiro comparou sua campanha aos "melhores perfumes que vêm nos menores frascos". Depois, o pleito do PV virou uma castanha-do-pará: basta comer uma para absorver toda a proteína necessária.

A Folha quis saber se Marina pensa, caso não ganhe as eleições, em dialogar e assumir cargos num governo petista ou tucano. Nestas eleições, ela adotou discurso que prega a superação da rixa entre os dois partidos.

Acrescentou: "Conversar, a gente conversa sempre. É isso que estou defendendo: que o PT e o PSDB façam um realinhamento histórico". 






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