Secretário-adjunto do MA é afastado após preso denunciar tortura em prisões e ser morto
O secretário-adjunto de Administração Penitenciária do Maranhão, Carlos James Moreira, foi afastado do cargo nesta sexta-feira (23), após denúncias sobre sua suposta participação na tortura e morte de presos no Estado e na distribuição de drogas nos presídios.
As denúncias foram feitas pelo Marco Aurélio Paixão, que foi morto a tiros em casa na última quarta-feira (21), uma semana após conseguir liberdade condicional.
Matosão, como é conhecido, tornou públicas as denúncias sobre o envolvimento de autoridades em crimes no sistema penitenciário do Maranhão no início de julho, num programa de televisão local.
Depois que o programa foi ao ar, segundo a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Matosão passou a ser ameaçado por colegas de presídio e foi jurado de morte.
Na tentativa de evitar que Matosão fosse morto, já que ele contribuía para investigações do Ministério Público sobre o caso, a organização negociou seu livramento condicional. O objetivo era que ele pudesse receber proteção da polícia.
Segundo a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Matosão ingressaria no programa de proteção à testemunha no mesmo dia em que foi morto.
Nota divulgada hoje pela Secretaria de Segurança Pública do Maranhão diz que a exoneração do secretário-adjunto é "uma medida preventiva", para que as investigações sobre as denúncias sejam feitas com "total isenção" e sem interferência.
A secretaria diz que já está investigando o caso, por meio de inquéritos na Corregedoria-Geral de Justiça e na Polícia Civil.
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