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Economia
Terça - 06 de Julho de 2010 às 08:10
Por: Marcondes Maciel

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Motivos que justifiquem a alta não estão claros no mercado
Construtoras, empreiteiras e pequenos proprietários levaram um susto ontem ao se deparar com os preços do cimento nas casas de materiais de construção, que atingiram seu ápice no final de semana ao chegar à marca histórica de R$ 27,50, representando alta de 45,50% em relação aos preços adotados no final de maio e de 10,45% em relação à média do começo da semana passada.

A majoração ocorreu duas semanas após a Votorantim - detentora da marca Itaú e responsável por 70% do abastecimento regional - anunciar que a fábrica localizada em Nobres (120 quilômetros ao médio norte de Cuiabá) havia passado por uma “manutenção preventiva” no final de maio, mas que já estava com as operações restabelecidas.

A partir de então, os preços do cimento se estabilizaram para patamares entre R$ 23 e R$ 25, mas nos últimos três dias voltaram a disparar, preocupando aqueles que dependem do insumo para a manutenção das obras.

Nas casas de materiais de construção, a explicação é a mesma: “As entregas estão irregulares e o volume é racionado”, disse ontem o gerente de uma loja de materiais de construção com sede à Avenida Carmindo de Campos.

Em muitas lojas, o produto chegou a ficar em falta momentaneamente. “Não recebemos uma carga, prevista para quinta-feira passada, e no final de semana tivemos de reduzir as cotas aos clientes”, afirmou o gerente José Augusto da Silva.

O desabastecimento atinge tanto o grande comércio quanto às pequenas casas de materiais. Em uma loja do bairro Morada da Serra, o cimento está em falta desde sexta-feira. “Fizemos o pedido, mas ainda não fomos atendidos e estamos sem o produto para os nossos clientes”, disse um vendedor.

Ele afirmou que não há previsão de normalização das entregas. “Os fornecedores falam que a produção foi retomada, mas até agora não percebemos isso”.

O presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Estado (Acomac), Wenceslau Júnior, disse que a alta segue uma tendência normal de mercado, por conta da lei da oferta e da procura. Segundo ele, toda vez que a demanda aumenta acima do normal e há uma escassez de produto no mercado para responder à procura, os preços no varejo tendem a subir.

INDÚSTRIA - Uma fonte ligada à Votorantim informou que os preços na fábrica não sofreram qualquer reajuste este ano. “Mesmo com a manutenção que realizamos procuramos atender o mercado e não aumentamos os preços”, disse.

No comércio de materiais, os consumidores não estão conseguindo comprar grandes volumes. “Estamos racionando a entrega para atender um número maior de clientes com pequenas quantidades”, explicou um gerente.

Para Wenceslau Júnior, a escassez de cimento no mercado ocorre devido ao superaquecimento da construção civil. “Este ano as obras aumentaram e o mercado está bem mais aquecido”, diz.

No interior do Estado, o produto também está em falta e os preços alcançaram seus patamares mais altos do ano. A expectativa é de que a situação se normalize nas próximas semanas.

Em seu último comunicado, a Votorantim informou que a planta “continua abastecendo normalmente os mercados” e que durante o período da manutenção a empresa “tomou medidas de contingência, entre elas, o abastecimento da região com cimento produzido por outras fábricas do grupo”. A Votorantim produz cimento da marca Itaú para a região de Mato Grosso e parte de Rondônia. 





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