Depois do DEM, o seminanico PSC também deu sinais nesta terça-feira de que pode recuar do apoio à candidatura presidencial de José Serra (PSDB).

Oficialmente, integrantes da legenda se dizem desconfortáveis com o silêncio do PSDB em relação à indicação do senador Mão Santa (PSC-PI) para a vice do tucano.

Nos bastidores, entretanto, pesam a queda de Serra nas pesquisas e um intenso assédio do PT e do PMDB, que estariam oferecendo vantagem em composições estaduais.

Hoje o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), se reuniram com dirigentes do PSC. Já o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que mantém grande ascendência sobre a bancada de deputados federias do partido, passou o dia também em conversas com integrantes da legenda.

A intenção de petistas e peemedebistas é evitar a adesão formal do partido ao tucano. O PSC têm 10 deputados federais (é a décima bancada), um senador e, neste ano tem o ex-governador Joaquim Roriz (DF) como principal candidato anunciado a um governo de Estado.

A aliança a Serra acrescenta apenas 19 segundos aos pouco mais de sete minutos estimados para o tucano na propaganda de rádio e TV (para cada bloco de 25 minutos).

"A aliança ao Serra está sendo questionada na medida que o PSDB resolveu tudo por conta própria, ignorando os parceiros. Sugerimos o Mão Santa como vice e esperávamos uma certa delicadeza, de dizerem pelo menos: "Olha, estamos pensando nisso, o que vocês acham". Mas não falaram nada. Com isso, voltou tudo à estaca zero", afirmou o deputado federal Régis de Oliveira (PSC-SP).

O deputado se refere a decisão da convenção nacional do partido, de meados de junho, que declarou apoio "irrestrito" a Serra e indicou Mão Santa. Mas a oficialização do apoio ficou para a Executiva Nacional da legenda, que dará a palavra final até amanhã.

"A tendência é permanecer onde estamos, mas temos o direito de resolver até amanhã. Nosso foco nessa eleição é dar corpo à nossa bancada [de deputados federais] e estamos vendo de que forma isso fica mais fácil", disse o vice-presidente da legenda, Pastor Everaldo Pereira, que se reuniu com Padilha e Vaccarezza.