Na tentativa de amenizar o discurso de parte do DEM que prega o rompimento da aliança em torno do candidato à sucessão presidencial José Serra (PSDB) caso o vice não seja indicado pelo partido, o líder do partido no Senado, José Agripino Maia (RN), divulgou nota na qual defende o diálogo.

No documento, ele diz que "na relação entre o DEM e o PSDB não podem haver ultimatos nem fatos consumados". "A história de parcerias e reciprocidades entre os dois partidos recomenda a superação das divergências pelo diálogo e pela determinada busca do entendimento."

Lula Marques/Folhapress
Líder do DEM diz que partido não pode dar ultimato ao PSDB por indicação de Álvaro Dias com vice
Líder do DEM diz que partido não pode dar ultimato ao PSDB por indicação de Álvaro Dias com vice de Serra



A posição do senador revela uma divisão entre as bancadas do partido na Câmara e no Senado. Enquanto os deputados são os mais contundentes na cobrança pela vaga de vice, os senadores apostam no diálogo.

O PSDB indicou o senador do partido Álvaro Dias (PR) para a vaga de vice na última sexta-feira, o que provocou protestos de democratas, especialmente do presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), que dizem não aceitar a chapa puro sangue.

Nesta segunda-feira, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse, em entrevista à rádio "CBN", temer que a reação do DEM comprometa a vitória de Serra na eleição presidencial.

"Eu temo que nós tenhamos, nesse episódio, atuado para comprometer a nossa vitória. Isso é o que eu acho. Na questão de um partido ter o apoio do outro, nós já votamos nos democratas e os democratas votam conosco há muitos anos. Não é esse o problema. O problema é de ter unidade, tranquilidade e uma noção construtiva da luta que nós enfrentamos".

SAÍDA POLÍTICA

Ontem, a alta cúpula do DEM se reuniu no apartamento de Rodrigo Maia e decidiu fazer um recuo a respeito das críticas à escolha de Dias.

A ideia é tentar uma saída política até depois de amanhã, dia 30 de junho --data limite para a formalização de alianças eleitorais e também quando o DEM realiza sua convenção nacional.

Entre os que defenderam uma saída política --mantendo o apoio formal a Serra-- estavam o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, José Agripino, o deputado federal ACM Neto (BA) e o ex-presidente nacional da legenda Jorge Bornhausen.

Os mais radicais a favor de romper com Serra caso Dias não saia foram Rodrigo Maia, o deputado Ronaldo Caiado (GO) e Vic Pires (PA).

Ao final, todos concordaram em recuar a respeito de fazer críticas públicas. Caberá a Rodrigo Maia buscar saída honrosa para continuar dando apoio a Serra.

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