O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse hoje, em entrevista à rádio "CBN", temer que a reação do DEM, provocada pela indicação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) à vice de José Serra, comprometa a vitória almejada pelos oposicionistas na eleição presidencial.

"Eu temo que nós tenhamos, nesse episódio, atuado para comprometer a nossa vitória. Isso é o que eu acho. Na questão de um partido ter o apoio do outro, nós já votamos nos democratas e os democratas votam conosco há muitos anos. Não é esse o problema. O problema é de ter unidade, tranquilidade e uma noção construtiva da luta que nós enfrentamos".

Guerra disse entender a reação do DEM, mas avaliou que houve exagero na reação do partido.

"Evidente que eu compreendo, mas não justifico. Acho equivocada, não devia ser assim. Não há constrangimento em discutir, sentar, avaliar, reavaliar. Agora, não há o menor sentido, a partir daí, de ter uma atitude agressiva, que, tenho certeza, não é a atitude do Rodrigo [Maia, presidente do DEM] e nem do DEM no médio e no longo prazo".

Segundo o senador, a indicação de Álvaro Dias não foi um "anúncio", mas uma "sugestão". Ele afirmou que José Serra esteve o tempo todo a par das negociações que levaram a ela.

"Evidente que sim, evidente que sim. A questão do vice é dos partidos, mas a gente não agiria a não ser de acordo com o presidente José Serra".

Guerra elogiou Dias e, em seguida, admitiu que a indicação do senador à vice de Serra tem a ver com o palanque que os tucanos pretendem montar no Paraná.

"O PSDB sugeriu um nome, o do senador Álvaro Dias. Por que ele sugeriu? É um senador de qualidade. Além do mais, significaria a consolidação de uma vitória grande que nós esperamos ter no Sul do país de uma maneira geral, e no Paraná em particular".