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Economia
Quarta - 12 de Maio de 2010 às 23:43

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O resultado primário do setor público se recuperou em abril e foi um dos melhores para o mês, garantindo o cumprimento da meta do primeiro quadrimestre, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao Reuters Insider.

Para garantir a meta anual e conter o aquecimento da economia, o governo está definindo um corte "razoável" nas despesas de custeio deste ano, a ser anunciada nos próximos dias.

Alguns bancos já projetam crescimento superior a 7% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro este ano, o que levanta preocupações com pressões inflacionárias.

O Itaú Unibanco, por exemplo, elevou nesta quarta-feira sua previsão para a expansão da economia a 7,5%. No início da semana, o Bradesco já havia aumentado sua estimativa de 6,4% para 7%.

"Um dos instrumentos para reduzir esse aquecimento da economia é a redução do gasto público", afirmou o ministro. "Nós já estamos fazendo estudos e nos próximos dias deveremos ter uma proposta para a redução dos gastos de custeio de modo a dar uma diminuída nessa demanda."

Ele acrescentou que o corte do gasto público é mais efetivo para esfriar a atividade do que um aumento de juro, por ter impacto imediato sobre a economia.

Em março, o setor público registrou o menor superavit primário para o mês desde pelo menos 2002, sob impacto de um crescimento dos gastos da União. Em 12 meses, o saldo fiscal está em 1,94% do PIB, bem abaixo da meta, mas Mantega garantiu que haverá recuperação.

"A meta de 3,3 [por cento do PIB no ano] será cumprida também, com folga, pelo governo", disse o ministro, reiterando que esse alvo não será reduzido.

Câmbio volátil

Questionado se, diante do cenário recente de volatilidade cambial por conta da crise na zona do euro, o governo poderia reduzir ainda que temporariamente a taxação sobre a entrada de capital no país, Mantega ponderou que é preciso aguardar.

"Não devemos tomar nenhuma medida precipitada enquanto houver essa volatilidade e turbulência. Eu acho que vai se acalmar e não acredito que nós façamos nada em relação a isso. Nem tiramos nem aumentamos [o IOF]", afirmou.

Ele afirmou ainda que não vê necessidade de o Fundo Soberano operar no mercado de câmbio no momento. "Houve uma acalmada grande e até houve uma desvalorização do real."

O governo passou a taxar o ingresso de capitais estrangeiros no país com IOF em outubro do ano passado com o objetivo de evitar uma valorização excessiva do real.

No mês passado, o Tesouro também havia anunciado a intenção de acelerar as compras de dólares no mercado interno para fazer face às obrigações externas do país, também com o objetivo de evitar um fortalecimento da moeda doméstica.

Nos últimos dias, contudo, o câmbio passou a sofrer fortes oscilações em meio a preocupações com a crise na Grécia.

"Essa crise diminui o fluxo de capitais para o Brasil", disse Mantega. O ministro ponderou, no entanto, que isso deve se reverter e que, este ano, o país precisará de relativamente poucos recursos externos para cobrir o deficit em conta corrente, estimado.





Fonte: Reuters

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