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Meio Ambiente
Terça - 24 de Dezembro de 2013 às 08:21
Por: LISLAINE DOS ANJOS

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Nicélio Alves/Ibama
Operação conjunta com a PM resultou em embargo de áreas irregulares de mineração
Operação conjunta com a PM resultou em embargo de áreas irregulares de mineração
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) deflagrou, no último dia 16, a Operação “Minamata”, com objetivo de apurar as denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) quanto à existência de atividades de mineração irregulares.


 
As ações de fiscalização foram realizadas em garimpos de ouro localizados em Nossa Senhora do Livramento e Poconé (32 km e 100 km ao Sul da Capital, respectivamente), resultando na aplicação de R$ 3,2 milhões em multas.


 
Além disso, durante as ações, foram apreendidos cinco caminhões basculantes, três escavadeiras, duas pás-carregadeiras, motores, moinhos e demais equipamentos de mineração, além de uma motosserra sem licença.



Nicélio Silva


 
Máquinas e veículos foram apreendidos pelo Ibama durante as fiscalizações Segundo informações do Ibama, a existência de mineradoras irregulares foi detectada no website Sigmine, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), associado à interpretação de imagens de satélite pelos técnicos do instituto.


 
A operação, que conta com o apoio da Polícia Militar Ambiental, também deverá verificar o comércio de mercúrio utilizado na mineração, complementado as ações da Operação “Termômetro”, que, neste ano, resultou na suspensão do Cadastro Técnico Federal (CTF) de três empresas que comercializam mercúrio metálico, na Baixada Cuiabana.


 
Fiscalização


 
Segundo o Ibama, no distrito poconeano de Cangas, foi localizado, em plena atividade, um empreendimento de mineração sem licença ambiental.


 
Contrariando as declarações do responsável pelo garimpo – que não teve seu nome divulgado –, de que não existia mercúrio no local, os agentes de fiscalização localizaram um frasco irregular contendo o produto imerso em água. 


 
Após receber os autos de infração e os termos de embargo e o de apreensão dos veículos e equipamentos, o proprietário foi conduzido pela Policia Militar Ambiental para a Delegacia de Várzea Grande.


 
Já em Nossa Senhora do Livramento, duas das mineradoras visitadas foram multadas e tiveram suas áreas embargadas, por estarem explorando terras fora do perímetro de suas licenças.


 
Durante a ação, foram apreendidos duas escavadeiras e três caminhões basculantes, que estavam em plena atividade nas áreas irregulares.


 
Nicélio Silva


 
Áreas irregulares estão localizadas em Poconé e em Nossa Senhora do Livramento Ainda na zona rural do município, foi localizada uma área de extração mineral ilegal desativada, que apresentada muitos resíduos perigosos abandonados de forma inadequada.


 
A devastação chegou tão próximo de uma rodovia que a coloca em risco de desabamento. 


 
O proprietário da área que, segundo um vigilante do imóvel, reside em Várzea Grande, será notificado para providenciar a recuperação da área degradada.


 
Alerta


 
O superintendente em exercício do Ibama em Mato Grosso, analista ambiental Werikson Trigueiro, alertou para a importância de que municípios, Estado e União somem esforços, a fim de proteger o meio ambiente.


 
“A exploração dos recursos naturais deve ocorrer dentro das normas legais, para que ocorra um desenvolvimento sustentável da região”, disse.


 
De acordo com ele, a Baixada Cuiabana é uma grande produtora e consumidora de peixe, e o cuidado no uso do mercúrio e de outros produtos perigosos é essencial para não comprometer a saúde da população e do meio ambiente pantaneiro.


 
“O desmatamento ilegal na região do Pantanal Mato-grossense é um problema grave, mas a contaminação do solo com derivados de petróleo e com mercúrio é uma questão gravíssima”, afirmou.


 
Operação Minamata


 
Ibama também aplicou mais de R$ 3 milhões em multas, durante a operação O nome da operação do Ibama deriva da “Doença de Minamata”, uma síndrome neurológica causada por severos sintomas de envenenamento por mercúrio.


 
Os sintomas incluem distúrbios sensoriais nas mãos e pés, danos à visão e audição, fraqueza e, em casos extremos, paralisia e morte.


 
No Japão, uma indústria lançava dejetos contendo mercúrio na baía de Minamata desde 1930. Somente 20 anos depois começaram surgir sintomas de contaminação: peixes, moluscos e aves morriam.
 
 
Em 1956 foi registrado o primeiro caso de contaminação humana - uma criança com danos cerebrais.


 
Ao todo, mais de 900 pessoas morreram, com dores severas devido ao envenenamento.


 
Em 2001, uma pesquisa indicou que cerca de dois milhões de pessoas podem ter sido afetadas por comer peixe contaminado.


 
No mesmo período de tempo, foi reconhecido que 2.955 pessoas sofreram da doença de Minamata.





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