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Politica Brasil
Quarta - 31 de Março de 2010 às 12:50
Por: Gabriela Guerreiro

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Em seu discurso de despedida da Casa Civil, a ministra Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que não diz "adeus" ao governo, mas um "até breve". Pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma disse que os ministros que deixam o governo não vão se "dispersar" porque todos vão exercer a militância necessária para defender o "legado" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Nos despedimos, mas não somos aqueles que dizemos adeus, somos aqueles que dizemos até breve. Não vamos nos dispersar. Cada um dos ministros aqui tem um legado a defender, onde quer que estejamos, exercendo a militância que tivermos que exercer. Sob a sua inspiração, presidente, quem fez tanto está pronto para fazer mais e melhor", afirmou.

Emocionada, Dilma adotou tom de campanha para lembrar os principais programas do governo federal implantados nos últimos sete anos --na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A ministra chorou ao citar nominalmente brasileiros atendidos por programas do governo, como um menino no Rio de Janeiro que conseguiu ser operado de lábio leporino em uma das unidades de saúde federais.

Com a postura de candidata, Dilma se emocionou várias vezes ao lembrar histórias dos brasileiros atendidos pelos programas federais.

"A dona Eliane procurou a gente no São Francisco, disse que vinha da roça e começou a vender quentinhas para os trabalhadores. Disse que agora tinha aberto um restaurante e, com muito orgulho, pagava R$ 5.000 de imposto de renda. Por trás de cada obra, tem uma história desse tipo", afirmou.

Dilma também se emocionou ao dirigir-se ao presidente Lula, a quem responsabilizou pelos avanços registrados no país nos últimos anos. "Tive o privilégio de conviver com o senhor, nos momentos de vitória e conquista. E quero dizer que eu, como os outros ministros, saímos maiores e melhores do que entramos. Agora trata-se de ampliar o futuro que chegou no presente."

A ministra deixa o cargo para disputar a Presidência da República nas eleições de outubro. Além de Dilma, outros nove ministros saem do governo nesta quarta-feira para disputarem cargos eletivos.

Conhecida como "gerente" do governo, Dilma deu um recado aos novos ministros: que trabalhem em dobro para a conclusão do governo Lula.

"Desejo aos ministros que entram toda a sorte do mundo, porque é preciso ter sorte. Ninguém vai querer ministro pé-frio também. Trabalhem em dobro, como o presidente disse no dia do lançamento do PAC 2", afirmou.

Críticas

No discurso, Dilma fez críticas a gestões anteriores da Presidência da República --especialmente a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Em apenas sete anos e meio, o nosso governo mudou o Brasil. Quando a gente olha e lembra o que se pensava em nosso país e, em 2002, damos conta do longo caminho percorrido", afirmou.

A ministra disse que, ao contrário de outros gestores públicos, os ministros que deixam o governo não têm "vergonha" de representar o governo Lula --um recado aos tucanos que optaram por desvincular suas campanhas da gestão FHC.

"Não cabe perguntar porque alguns não têm orgulho dos governos que participaram, mas nós podemos sempre saber que temos patrimônio, fizemos parte da era Lula. Vamos carregar essa história e contar aos nossos netos, nos orgulhar disso em nossa biografia."

Dilma classificou de "viúvos do Brasil" aqueles que lamentam a fase em que o país crescia pouco, da estagnação".

"Eles fingem ignorar que essa mudança é substancial. Tem medo, eles não sabem o que oferecer a um povo que hoje é orgulhoso e tem certeza que sua vida mudou, não aceita mais migalhas, parcelas ou projetos inacabados", afirmou.






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