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Nacional
Domingo - 28 de Março de 2010 às 13:50

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Na noite do último dia 13, a comerciante Maria Mercês de Castro, 49, uma cearense radicada em Curitiba, resolveu que pernoitaria, mesmo sozinha, no meio de uma fazenda de Brejo Grande do Araguaia (PA), em plena Amazônia. Tinha pavor de que alguém roubasse os pequenos pedaços de ossos e dentes que um ajudante havia encontrado num buraco cheio de lama, aberto por R$ 30.

Agora, esses ossinhos podem se tornar valiosas peças para elucidar onde estão os cerca de 60 comunistas que desapareceram durante a guerrilha do Araguaia, na década de 70.

A descoberta das ossadas por Maria Mercês, que desde 1980 procura os restos mortais do irmão Antônio Teodoro de Castro, o guerrilheiro Raul, só foi possível depois que ela vendeu um apartamento de R$ 100 mil --para custear a viagem e informantes-- e insistiu em ouvir uma dica que, segunda ela, foi desprezada três vezes pelo Grupo de Trabalho Tocantins.

O grupo, composto de civis e militares, é a maior e mais bem equipada missão governamental já feita para resgatar possíveis ossadas na região. No ano passado, vasculhou, sem sucesso, área a 30 metros de onde a comerciante achou vestígios.

Ao acompanhar uma expedição, em 2009, Maria Mercês conseguiu o telefone do ex-colaborador do Exército que viria a confirmar a localização das covas. Imediatamente, segundo contou à Folha, levou a informação à ouvidoria do grupo.

"Por duas vezes perderam o papel em que estava escrito o número. Outra vez me disseram que tinham conversado, mas era "confidencial"", conta.

A pesquisadora Myrian Alves, uma das ouvidoras do grupo, disse desconhecer a situação e que a área seria alvo do GTT, que deve voltar a atuar em abril. Os restos mortais foram entregues à Procuradoria. O IML do Pará fará a perícia.






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