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Politica Brasil
Sábado - 27 de Março de 2010 às 08:21
Por: Flávia Tavares

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que "ficou feliz" com a segunda multa aplicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por propaganda antecipada em favor da ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT, Dilma Rousseff.

 

 

O presidente Lula já havia sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no dia 18, a pagar multa de R$ 5 mil e, nesta semana, recebeu nova punição de R$ 10 mil. "É a primeira vez na história da República que um presidente é multado duas vezes pela Justiça Eleitoral", disse FHC, após evento no Instituto dos Advogados de São Paulo.

Questionado sobre as ações do governador de São Paulo, José Serra, que já compareceu até a uma inauguração da maquete da ponte Santos-Guarujá, o ex-presidente afirmou que "todo governante tem comichão para mostrar o que fez". "O que não pode é fazer campanha para eleger esse ou aquele candidato."

FHC declarou ainda que a definição do candidato a vice na chapa com Serra "vai se arrastar até junho". Ele confirmou que vai participar do lançamento do nome de Serra em Brasília, no dia 10 de abril, mas vai apenas "para aplaudir", não para discursar.

"A festa é para a mensagem do candidato. E Serra tem que falar do futuro, não do passado", aconselhou o ex-presidente, acrescentando, ainda, que não está preocupado se o candidato tucano vai ser elogioso ao seu legado. "O passado se impõe pela história", completou.

Alfinetadas. O tema da palestra que proferiria para os associados do Instituto dos Advogados de São Paulo foi proposto pelo próprio palestrante. FHC queria falar do Brasil no cenário mundial. Já devia ter guardadas na manga as várias alfinetadas que daria na política externa do governo Lula nos cerca de 20 minutos de discurso. E agradou a plateia de cerca de 300 pessoas.

"Quanto mais peso um país tem, mais responsabilidade precisa ter também", afirmou, depois de analisar as mudanças recentes no cenário externo, como o crescimento da China e o enfraquecimento da Europa.

Em referência às iniciativas do presidente Lula para mediar o conflito no Oriente Médio, o ex-presidente disse, com um discreto sorriso, que o Brasil corre o risco de achar que é mais influente do que realmente é "e acreditar que pode se meter em conflitos em que dificilmente teria algum poder". A ironia provocou risos na plateia.

Depois de distribuir sorrisos e tirar fotos com os convidados na chegada ao evento, o ex-presidente qualificou como irrelevante o G-20, que chamou de "photo opportunity". "Aqui, depois das fotos, a gente pelo menos faz uma palestra", afirmou. "Já no G-20, todo mundo vai lá, tira foto, e depois sei lá eu o que acontece."

Ainda em críticas sobre a política externa brasileira, FHC disse acreditar que o Brasil extrapola não por interferir demais, mas por não escolher melhor as questões em que deve interferir. "Não entendo, por exemplo, como o Brasil não se manifesta na questão nuclear", concluiu, sobre a aproximação do governo Lula com o Irã.






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