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Ciência/Pesquisa
Quinta - 25 de Março de 2010 às 10:49

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Derren Hester/Flickr
Cientistas não negam existência do fenômeno, mas também não estão convencidos de que exista
Cientistas não negam existência do fenômeno, mas também não estão convencidos de que exista
A água quente pode congelar mais rapidamente do que a fria, revelou um novo estudo. Segundo os pesquisadores, isso ocorre pelo menos algumas vezes, sob condições específicas e com certos tipos de amostras do líquido. 

Novas experiências confirmam um caso especial do efeito Mpemba, que vai "contra a razão" e sustenta que a água em altas temperaturas se transforma em gelo mais rapidamente do que a fria, revelou a revista Wired nesta quarta-feira (24).

O efeito Mpemba foi descoberto por um estudante da Tanzânia, Erasto Mpemba, que observou, ao fazer um sorvete com seus colegas de escola, que o o leite morno congelava mais rápido do que o leite frio. 

Mpemba e o físico Denis Osborne publicaram um relatório do fenômeno em 1969. O garoto se juntou a um grupo de famosos pensadores, que já tinha notado o efeito: Aristóteles, Francis Bacon e René Descartes. 

À primeira vista, o efeito desafia o senso comum. Um recipiente com água quente deveria demorar mais para se transformar em gelo do que um com água fria porque esta última leva vantagem para chegar 0ºC, temperatura em que o líquido congela. 

O novo estudo não explica o fenômeno, mas identifica as condições em que o efeito Mpemba pode ser visto, se ele realmente existir. 

Estudos publicados na última década “revelaram exemplos da água quente congelando mais rapidamente do que a fria, mas não puderam ser reproduzidos”, diz James Brownridge, da Universidade Estadual de Nova York, na Inglaterra. 

Uma das experiências de Browridge, que for apresentada ao vivo na internet, congelou várias vezes uma amostra de água quente mais rápido do que uma amostra parecida de água fria. 

Para que a experiência desse certo, a água fria teve que ser destilada, e a quente teve que vir da pia. 

Segundo os especialistas, diferenças na forma, no lugar e na composição de impurezas podem fazer com que o congelamento da água – em muitos casos geralmente a abaixo de 0ºC – varie muito. 

O químico Christoph Salzman, da Universidade de Durham, disse ainda não estar convencido de que o efeito Mpemba exista de fato porque existem vários fatores que podem influenciar o tempo de congelamento, fazendo com que seja impossível controlar a experiência. 

Segundo ele, prever quanto tempo levará para a água cristalizar “é mais ou menos a mesma coisa que prever quando vai acontecer o próximo terremoto”. 

- Não quero dizer que o efeito Mpemba não existe, mas ainda não estou convencido de sua existência. 

O mistério continua.




Fonte: Do R7

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