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Economia
Quinta - 18 de Março de 2010 às 15:54

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A Susep (Superintendência de Seguros Privados) e a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) lançam nesta quinta-feira a primeira tábua atuarial brasileira, a BR-EMS --utilizada para apontar a expectativa de vida e mortalidade da população. Com a nova referência, o preço dos seguros de vida poderão cair até 15% nos próximos meses, segundo expectativa do presidente da Comissão Atuarial da Fenaprevi, Jair Lacerda.

Atualmente, as segurados brasileiras utilizam a tábua americana, tanto para calcular as contribuições dos brasileiros à previdência privada quanto ao seguro de vida. No caso da previdência, não haverá impactos significativos porque a tábua utilizada é mais recente, de 2000 (a AT 2000), e o mercado brasileiro ainda aplica um ajuste de 10%. "Para os homens, o ajuste que praticamos estava correto e refletia a nossa expectativa de vida, para as mulheres há uma pequena diferença, mas que não deverá impactar em custos", afirma Lacerda.

Já no caso dos seguros de vida, há uma diferença significativa. As seguradoras do país hoje usam uma tábua americana da década de 80. O resultado é que a expectativa de vida é menor e, dessa forma, o preço dos seguros maior. Um homem de 40 anos, por exemplo, que contrata um seguro de vida, pela base americana, tem expectativa de falecer nos próximos 33,55 anos. Com a tábua brasileira, a expectativa é de que viva mais 40,50 anos, uma diferença de sete anos.

"Como a probabilidade de falecer num período recente é menor, o custo do seguro cai", explica o presidente da comissão. No entanto, nada muda para quem já tem planos contratados. "Para quem já está pagando, não há impactos, a não ser que a pessoa resolva contratar um novo plano que utilize a tábua brasileira como referência".

Lacerda acrescenta ainda que a expectativa é de que as seguradoras lancem produtos que utilizam a BR-EMS como referência até o final do ano, quando os preços deverão cair. Porém, as empresas não são obrigadas a utilizaram o padrão.

Novo padrão

Para Marco Antonio Rossi, presidente da Fenaprevi, o novo padrão de referência trará maior eficiência à indústria de previdência e vida. "As seguradoras só dispunham de tábuas atuarias produzidas nos EUA, muitas delas atualizadas somente até o ano 2000. Agora temos como dimensionar os riscos específicos do mercado local de forma mais acurada, o que ajudará no desenvolvimento da indústria e na inserção de um maior número de brasileiros nas carteiras de vida e previdência", afirma o executivo.

A nova tábua foi desenvolvida ao longo dos últimos dois anos pelo departamento de matemática aplicada da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com a coordenação da Comissão Atuarial da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

A tábua foi construída com dados de 2004, 2005 e 2006, fornecidos por 23 seguradoras, que respondem por 95% do mercado brasileiro de vida e previdência complementar. No trabalho, que contemplou variantes de coberturas de sobrevivência e mortalidade, foram analisados o histórico de 32 milhões de CPFs, 19 milhões do sexo masculino e 13 milhões do sexo feminino.

Segundo dados da Fenaprevi, há hoje no Brasil 18 milhões de participantes no sistema de previdência privada complementar no mercado. As reservas do setor somavam R$ 176 bilhões em ativos. No segmento de vida, a indústria de seguros movimentou cerca de R$ 13,7 bilhões em prêmios em 2009.






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