Lula discute com rei da Jordânia processo de paz no Oriente Médio
Durante um encontro a portas fechadas, o rei da Jordânia e o presidente brasileiro "examinaram os últimos fatos na região e os meios de superar as dificuldades que impedem o avanço do processo de paz entre palestinos e israelenses", informou o Palácio da Jordânia.
Em seguida, houve uma reunião com as delegações dos dois países para discutir as relações econômicas bilaterais, principalmente em relação a energias renováveis, indústria, água e agricultura.
Lula expressou o interesse brasileiro em "adotar medidas práticas que favoreçam a cooperação econômica bilateral, que incluam o estabelecimento de empresas mistas e a construção de uma associação econômica por meio de uma maior cooperação entre os setores público e privado de ambos Estados", informou a nota do Palácio.
Ambos os líderes concordaram em estabelecer uma equipe conjunta entre setor público e privado para elaborar um plano de revitalização da cooperação bilateral econômica, comercial e de investimentos.
Lula chegou nesta quarta-feira a Amã para uma visita de dois dias, a primeira de um chefe de Estado brasileiro à Jordânia. Ele e a primeira-dama, Marisa Letícia, foram recebidos pelo rei da Jordânia e a rainha Rania no palácio real.
Israel x ANP
O presidente brasileiro visitou na segunda-feira (15) a Israel e depois foi aos territórios ocupados para tentar impulsionar as negociações de paz entre israelenses e palestinos. Ele deixará a região na quinta-feira, depois de visitar o famoso sítio arqueológico de Petra (sul).
Hoje, ele defendeu, em visita à Cisjordânia, a criação de um Estado palestino no Oriente Médio. "Eu sonho com uma Palestina livre e independente no Oriente Médio", disse, em Ramallah.
Lula visita passou por Israel, onde defendeu maior esforço para um acordo de paz na região, e visitou nesta quarta-feira o túmulo do ex-líder palestino Iasser Arafat, além de inaugurar a Rua Brasil, em frente à sede da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O presidente Lula criticou nesta terça-feira, primeiro dia de sua visita aos territórios palestinos, a ocupação e o embargo israelenses e defendeu a derrubada do muro que atravessa a Cisjordânia ocupada.
Em jantar com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, em Belém, na Cisjordânia, Lula voltou a defender a criação de um Estado palestino "viável e próspero".
Israel e Estados Unidos lideram um embargo imposto em 2006 aos palestinos, após a vitória do grupo radical islâmico Hamas nas eleições parlamentares palestinas. O bloqueio foi intensificado após a tomada da faixa de Gaza pelo grupo extremista, em 2007.
Lula criticou o muro construído por Israel e que, em Belém, isolou comunidades e bloqueou ruas e estradas. "O muro de separação cobra um alto preço em termos de sofrimento humano e materiais. Divide famílias, afasta amigos, desarticula a produção e consequentemente assusta o investimento", disse ele.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), entre 50% e 75% das terras usadas por palestinos para agricultura foram confiscadas por Israel para a construção da barreira.
com France Presse e Efe
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