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Politica Brasil
Terça - 09 de Março de 2010 às 13:22
Por: Gabriela Guerreiro

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Pré-candidata do PT à Presidência da República, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) confirmou nesta terça-feira que vai receber salário pago pelo partido durante a campanha eleitoral. Como Dilma deixará o governo no começo de abril para poder ser candidata, a ministra disse que não pode "viver de brisa" --por isso será custeada pelo partido ao longo da campanha.

"Eu vou ter que viver, eu sou obrigada a licenciar da minha atividade não só como ministra, mas da minha origem. Eu sou da fundação de economia e estatística e também não posso receber, tenho que pedir licença para tratamento de interesse. Não posso viver de brisa e não sou rica, vou ter que ter um salário do PT", afirmou.

Sem falar em valores do seu futuro salário, estimado em R$ 10 mil, Dilma disse que nunca recebeu dinheiro do PT anteriormente --prática que será quebrada durante as eleições deste ano.

Dilma confirmou que o partido pretende manter uma tesouraria específica para gerir os recursos de sua campanha presidencial, separada da tesouraria geral da legenda, como antecipou ontem a coluna de Renata Lo Prete, publicada pela Folha.

"Nós temos tido nas últimas eleições uma opção por diferenciar as duas tesourarias do partido, uma vez que ela tem mais obrigações, que é a campanha presidencial. A tendência é manter isso, a mesma coisa que ocorreu em 2006, na época da eleição do presidente Lula", afirmou.

Bancoop

Dilma afirmou que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tem direito de defesa nas acusações de que teria participado de um suposto esquema de desvio de verba da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo).

"Eu não tenho como me manifestar sobre isso, até porque eu não voto, o Vaccari tem todo o direito de defesa e nós temos tido bastante clareza em defender o direito das pessoas de se defenderem antes de serem condenadas, acusadas e de fato afastadas", afirmou

Vaccari será o responsável pelas finanças da campanha da ministra.

De acordo com reportagem da revista "Veja" desta semana, o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, analisou mais de 8.000 páginas de documentos do processo que envolve o desvio de recursos e concluiu que a direção da Bancoop movimentou R$ 31 milhões em cheques para a própria cooperativa. Esse tipo de movimentação é uma forma de não revelar o destino do dinheiro.

Segundo a denúncia, dirigentes da cooperativa teriam criado empresas fantasmas que prestavam serviços superfaturados e faziam doações não contabilizadas ao PT. Para Blat, há indícios de caixa dois, uma vez que os recursos repassados ao partido não constam dos registrados da Justiça Eleitoral.






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