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Comportamento
Segunda - 08 de Março de 2010 às 15:34

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As mulheres ocupam a presidência de pouco menos de 5% de 600 grandes empresas de 20 países que participaram de uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

Segundo a pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo WEF, para coincidir com o Dia Internacional da Mulher, as empresas brasileiras estariam entre as que têm mais mulheres como presidentes (11%), atrás somente das grandes companhias de Finlândia (13%), Noruega (12%) e Turquia (12%).

Em 11 dos países pesquisados (Bélgica, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Grécia, Índia, México, Holanda, República Tcheca e Suíça) nenhuma das empresas que responderam à pesquisa são chefiadas por mulheres.

Os Estados Unidos, por outro lado, aparecem como o país com o maior índice de mulheres empregadas nessas empresas em todos os níveis (52%), seguidos por Espanha (48%), Canadá (46%) e Finlândia (44%).

Na outra ponta, entre os países com o menor índice de mulheres empregadas nas grandes empresas estão Índia (23%), Japão (24%), Turquia (26%) e Áustria (29%).

O Brasil aparece em uma posição intermediária, com 35% de mulheres empregadas nas grandes empresas.

Importância

A pesquisa ouviu 600 responsáveis pelos setores de recursos humanos em grandes empresas de 20 países.

O alvo inicial da pesquisa eram os 30 países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mais Brasil, China, Índia e Rússia.

Foram enviados questionários para as cem maiores empresas de cada país, em 16 áreas de atuação diferentes.

Na compilação dos dados, foram considerados apenas os países com um número de questionários respondidos superior a 20, com exceção de Canadá, Estados Unidos e Grã-Bretanha, que tiveram entre 15 e 20 respostas, mas foram incluídos por sua importância econômica.

Segundo os responsáveis pela pesquisa, os dados mostram que as grandes companhias do mundo não estão sendo capazes de aproveitar ao máximo os talentos de sua força de trabalho do sexo feminino.

Dificuldades

De acordo com o relatório Corporate Gender Gap (Diferença de Gênero Corporativo), as mulheres ainda estão tendo dificuldades para chegar ao topo na hierarquia das empresas.

Para o WEF, as grandes empresas precisam fazer mais para treinar e utilizar seus talentos do sexo feminino.

“Enquanto um certo grupo de companhias na Escandinávia, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha são de fato líderes na integração das mulheres, a ideia de que muitas corporações se tornaram balanceadas em gênero ou amigáveis às mulheres ainda é um mito”, afirma Saadia Zahidi, uma das co-autoras do relatório.

A maioria das empresas que responderam aos questionários culparam práticas tradicionais, “a cultura corporativa masculina ou patriarcal” e “a falta de modelos” pelo fato de as mulheres terem mais dificuldades para subir na carreira.

“As mulheres são a metade da base potencial de talentos em todo o mundo e, por isso, ao longo do tempo, a competitividade do país depende significativamente de "se" e como educa e utiliza seus talentos do sexo feminino”, afirma o fundador e presidente do WEF, Klaus Schwab.

Setores

O setor de serviços é o que emprega a maior porcentagem de mulheres, segundo a pesquisa.

Dentro dessa área, os setores com a maior proporção de mulheres são os de serviços financeiros e seguros (60%), serviços profissionais (56%) e indústria de mídia e entretenimento (42%).

Setores vistos mais tradicionalmente como “masculinos” têm naturalmente a menor proporção de empregadas do sexo feminino, como o setor automotivo (18% de mulheres entre os empregados), de mineração (18%) e agricultura (21%).

O relatório também ressaltou a diferença no nível de salários entre os gêneros.

Segundo a pesquisa, 72% das empresas não têm nenhuma política para eliminar as diferenças salariais entre homens e mulheres.

Dos países pesquisados, apenas Brasil e México não adotaram políticas de Estado para tentar combater o problema.

Esta é a primeira vez que o Fórum Econômico Mundial publica a pesquisa sobre igualdade de gêneros nas corporações. A organização já publica anualmente, desde 2006, um estudo sobre igualdade entre os sexos em todos os níveis da sociedade.

Na última pesquisa anual, o Brasil aparecia na 82ª posição em um ranking com 136 países.






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