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Internacional
Segunda - 01 de Março de 2010 às 17:39

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Ao menos uma pessoa morreu no Chile durante o toque de recolher imposto pelas autoridades depois do terremoto do sábado, que matou pelo menos 723 pessoas, de acordo com o governo chileno.

A morte teria ocorrido durante disparos em confrontos envolvendo saqueadores e as forças de segurança, mas não está claro onde a pessoa morreu ou as circunstâncias do ocorrido.

As autoridades chilenas mobilizaram o Exército para conter os saques, que já levaram à prisão de ao menos 160 pessoas no país.

"Foram realizados disparos, uma pessoa faleceu, mas não ocorreram saques a residências ou estabelecimentos comerciais", disse o vice-ministro do Interior, Patrício Resende.

As autoridades decretaram o toque de recolher na noite de domingo na região de Concepcíon, segunda maior cidade do Chile, a 400 km de Santiago.

Concepcíon, com cerca de 500 mil habitantes, fica na área mas afetada pelo tremor, de magnitude 8,8.

Ao ar livre

Segundo o governo chileno, cerca de 1,5 milhão de casas foram danificadas e 2 milhões de pessoas foram afetadas pelo tremor.

Boa parte dos desabrigados foi obrigada a dormir na rua, debaixo do frio e com medo dos tremores secundários que atingem o país.

Até a segunda-feira, foram resgatadas 25 sobreviventes e oito corpos dos destroços de um prédio de 15 andares em Concepción.

Muitos moradores da região passaram sua segunda noite ao ar livre, com temor de retornar às suas casas danificadas pelo tremor.

Ajuda

A ONU afirmou nesta segunda-feira que a ajuda deve ser enviada rapidamente ao país após o apelo internacional feito pela presidente Michelle Bachelet.

A Argentina anunciou o envio de seis aviões levando um hospital de campanha, 55 médicos e estações portáteis de purificação de água.

O Brasil deve ajudar o Chile enviando um hospital de campanha da Marinha e equipes de busca e salvamento, mobilizadas pela Secretaria Nacional da Defesa Civil.

"Data, local de embarque e área de destino serão definidos após contatos com o Governo Chileno", afirmou uma nota do governo brasileiro.

O embaixador do Chile no Brasil, Álvaro Días Pérez, afirmou que "não é necessário comida nem água em garrafa. O que precisamos é de hospitais de campanha, profissionais de saúde, apoio para o sistema de geração de energia e estruturas para [montar] pontes modulares."

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou que levará equipamentos de comunicação em seu avião quando chegar ao Chile nesta terça-feira, para uma visita que já estava prevista antes do sismo.

Clinton disse também que os Estados Unidos vão disponibilizar equipes de resgate para envio ao Chile e que outras necessidades do país devem ser discutidas durante sua visita.

Prejuízos

Apesar da reabertura de estradas e do aeroporto de Santiago, os grandes danos ainda estão impedindo os trabalhos das equipes de resgate e há muita dificuldade para se chegar aos que ainda estão soterrados nos escombros.

Cerca de 1,5 milhões de residências foram danificadas e, de acordo com Bachelet, cerca de 2 milhões de pessoas foram afetadas pelo terremoto. Foi o maior tremor registrado no país em 50 anos.

A companhia de avaliação de riscos americana Eqecat calculou que os prejuízos se situem entre US$ 15 bilhões e US$ 30 bilhões, equivalentes a algo entre 10% e 15% do Produto Interno Bruto (PIB) chileno.

Em cidades costeiras, como Talcahuano, perto de Concepción, tsunamis gerados pelo tremor destruíram instalações portuárias e a infraestrutura próxima do mar.

Na cidade costeira de Constitución, na região de Maule, também atingida por tsunamis, foram encontrados 350 corpos.

Em Curicó, a 180 km ao sul de Santiago, cerca de 90% do centro histórico da cidade foi destruído.

Saúde

O governo chileno afirma que o setor de saúde é o que, no momento, requer medidas mais urgentes.

Para lidar com as emergências no país, a presidente informou que vai usar toda a rede pública de saúde para atender pacientes em situação crítica, enquanto continuam os transportes de hospitais destruídos ou fechados nas áreas mais atingidas até outros centros de assistência que estão funcionando.

"Vamos buscar soluções distintas, como hospitais de campanha, mas também vamos adaptar locais que permitam a implementação de soluções no médio prazo", afirmou Bachelet.

O governo também determinou o envio de cerca de 400 urbanistas para as ruas das áreas afetadas pelo terremoto para avaliar a situação dos prédios. Entre estes prédios haveria muitos que não apresentam problemas visíveis, mas poderiam ter problemas estruturais graves.






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