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Politica Brasil
Sexta - 26 de Fevereiro de 2010 às 18:23

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Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Leonardo Prudente apresentou sua carta de renúncia à Câmara do DF
Leonardo Prudente apresentou sua carta de renúncia à Câmara do DF

O ex-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) deputado Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM) entregou sua carta de renúncia à mesa diretora da Casa, na tarde desta sexta-feira. O documento deve ser lido na próxima terça-feira, no Plenário da CLDF. O parlamentar ficou conhecido após aparecer em um vídeo - gravado durante a Operação Caixa de Pandora - guardando dinheiro de suposta propina nas meias.

 

Com a renúncia, Prudente deve afastar um eventual risco de cassação de mandato decorrente do processo por quebra de decoro parlamentar aprovado pela Comissão de Ética da Câmara do DF nesta semana.

Na carta de renúncia, ele diz que deixa o deixa o mandato "para que as prerrogativas do cargo não interfiram nas investigações e para que as apurações sejam feitas com isenção".

No texto, ele reafirma que o dinheiro, com o qual foi flagrado nos vídeos, foi doação de campanha não contabilizada. Ele disse esperar que a crise política do DF mobilize o Congresso Nacional a fazer a reforma política com a implementação do financiamento público de campanha.

Mais cedo, o parlamentar, que enfrenta processo de cassação, enviou 10 mil cartas a seus eleitores com pedido de desculpas. Enviadas por mala-direta, com o endereço do gabinete de Prudente e o carimbo da Câmara, as correspondências utilizam estratégia semelhante à do governador licenciado, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), que é a de pedir desculpas aos eleitores pelas denúncias. "Espero que você e sua família possam estar desvencilhados de pré-julgamentos e que avaliem com serenidade o julgamento que a mídia fez a meu respeito", pede ele na carta.

Em outro trecho, Prudente afirma que em 2010 quer trabalhar para "refutar os fatos inerentes". E diz que o vídeo do dinheiro foi filmado em 2006, e o da oração, em 2009. "São versões maldosamente apresentadas para confundir o telespectador e gerar comoção", diz o comunicado.

Entenda o caso
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.





Fonte: Terra

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