Equipes encontram 19 desaparecidos e buscam outros 13 na ilha de Madeira
As autoridades da ilha de Madeira encontraram 19 das 32 pessoas dadas como desaparecidas após as enchentes e deslizamentos de terra que mataram ao menos 42 no território português. As buscam continuam nesta terça-feira pelos outros 13 desaparecidos e por possíveis vítimas debaixo de água e lama em estacionamentos subterrâneos de Funchal, capital da Madeira.
"Não haviam desaparecido, estavam em locais não informados e os parentes não conseguiram localizá-las", disse a porta-voz do governo regional, Conceição Estudante.
O presidente do governo regional, Alberto João Jardim, manifestou poucas esperanças de encontrar os corpos dos 13 desaparecidos, que podem ter sido arrastados para o mar.
Na noite desta segunda-feira, o prefeito de Funchal, Miguel Albuquerque, disse que a tragédia deixou ainda 120 feridos e 370 famílias desalojadas.
Autoridades disseram nesta terça-feira que usam cães farejadores, mergulhadores da Marinha e tratores nas buscas.
Eles procuram por corpos que podem estar presos em drenos, sob pilhas de destroços ou nos estacionamentos subterrâneos.
Durante toda a noite, as equipes de resgate continuaram bombeando os estacionamentos subterrâneos de três shoppings de Funchal, onde motoristas podem ter ficado presos pelas torrentes de água e lama que invadiram a parte baixa da cidade na manhã de sábado.
A maior preocupação é com o shopping de Anadia, onde testemunhas afirmaram ter visto pessoas arrastadas pela força da corrente no estacionamento quando o rio João Gomes transbordou.
Depois de dois dias de trabalho, apenas o primeiro andar do estacionamento subterrâneo foi liberado. As operações foram suspensas na manhã desta terça-feira, de acordo com o canal SIC, por uma avaria na bomba que extraiu toneladas de água e lama.
Durante a noite, mergulhadores da Marinha tentaram localizar eventuais vítimas, mas não encontraram nenhum corpo, informou o governo regional.
Os militares também tentam liberar os três rios que atravessam a cidade, com a retirada de grandes blocos de pedras. Segundo fontes oficiais, o tráfego será totalmente restabelecido na cidade dentro de dois ou três dias.
Nas colinas de Funchal, onde muitas casas foram destruídas pelos deslizamentos de terra, a água não chega em muitos bairros, que precisam recorrer a caminhões-pipa.
Segundo o governo regional, a prioridade é o restabelecimento dos serviços básicos, já que muitas localidades não têm água nem energia elétrica, sobretudo no centro e sul da ilha.
No momento, qualquer avaliação dos danos é considerada prematura pelas autoridades regionais, que descartaram decretar "estado de catástrofe", pois temem os efeitos negativos sobre o turismo, a principal fonte de renda do arquipélago.
Com Efe, France Presse e Associated Press
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