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Economia
Terça - 23 de Julho de 2013 às 12:55
Por: Raphael Hakime

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Um dos principais alimentos da mesa do brasileiro, o pãozinho francês deverá manter o preço atual até dezembro deste ano.


 
Apesar da recente escalada do dólar, moeda usada para determinar o preço do trigo, matéria-prima usada para produzir o pão, as padarias do País vão assimilar o reajuste e prometem barrar o repasse para o consumidor, segundo o presidente do Sindipan-SP (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo), Antero José Pereira.


 
Em 2012, houve um aumento substancial do preço do dólar, quando o valor médio da moeda passou de R$ 1,60 para R$ 2. Houve um repasse para a farinha de trigo, produzida pelos moinhos, e, com isso, o pão teve um aumento médio de 11%, explica Pereira. 


 
— Recentemente, houve uma nova escalada do dólar, e a farinha deverá subir 5% aproximadamente, aumento que os moinhos ainda não repassaram às padarias. Mesmo se vierem 5% de aumento, o setor de panificação no Brasil não vai repassar para o consumidor de São Paulo e do Brasil e vai assimilar esse aumento. Nós achamos que essa variação do dólar será passageira. Regredindo o dólar, certamente haverá a regressão do preço da farinha.



Em São Paulo, atualmente, o preço médio do kg do pão é R$ 9, já que o valor do alimento vai de R$ 6,50 a R$ 13. No entanto, a inflação ainda é uma ameaça a esse valor e deve atingir o bolso do brasileiro, que compra o pãozinho todos os dias. O presidente do Sindipan, que também é dono de padaria e é o anfitrião da feira Fipan na capital paulista, alerta que a farinha de trigo — subproduto do trigo — representa apenas 25% do preço do pão.


 
— Os outros custos são energia elétrica, que ficou mais barata, mas também têm os aluguéis, que estão subindo bastante, os custos com funcionários, entre outros gastos. A inflação do ano será repassada porque isso não tem como e vale para todos os produtos.


 
Nos últimos 12 meses, o pãozinho francês ficou 15,04% mais caro, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As maiores altas foram registradas no Rio de Janeiro (19,07%) e Curitiba (19,06%). Em São Paulo, o aumento para o consumidor ficou em 16,59%.


 
Este ano, porém, praticamente não houve reajuste no preço do alimento: entre janeiro e junho, a alta foi de 1,07% no País, segundo o IBGE. As maiores altas foram registradas em capitais do Nordeste. Em Recife (PE), o alimento subiu 1,59% e, em Fortaleza (CE), 1,84%.



Dependência estrangeira


 
O Brasil consome 10,5 milhões de toneladas trigo por ano, mas produz apenas 5 milhões de toneladas. Desses 5 milhões, cerca de 2 milhões não servem para fabricação de pão, volume que é usado internamente para produção de macarrão e bolachas ou vendido a outros países.


 
Dessa forma, as padarias do País precisam de, no mínimo, 7 milhões de toneladas de trigo, que vêm principalmente da Argentina, já que faz parte do Mercosul. Recentemente, porém, o Brasil passou a comprar o grão dos países da América do Norte, por causa da escassez do trigo na América do Sul, explica Pereira.


 
— A Argentina fechou as vendas de trigo ao exterior porque houve uma quebra de safra e eles precisaram guardar o que tinham para o consumo interno. Agora, o Brasil vai buscar trigo no Canadá e nos Estados Unidos, produto que tem qualidade similar ou até melhor que o argentino.



Serviço


 
Fipan - Feira Internacional de Panificação, Confeitaria e Varejo Independente de Alimentos
 
Quando - de 22 e 25 de julho
 
Horários - das 13h às 21 horas (no dia 25, encerra-se às 19h)
 
Endereço - Expo Center Norte. Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme - São Paulo

Mais informações - http://www.fipan.com.br/fipan2013/




Fonte: Do R7

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