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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 08 de Fevereiro de 2010 às 16:42

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Em meio a tensão causada pelo anúncio de que vai enriquecer urânio, o Irã afirmou que vai começar a produzir em breve baterias antiaéreas semelhantes ao modelo russo S-300 e duas linhas de aviões não tripulados. A produção aumentaria a capacidade militar de Teerã, que nega ter intenções militares com seu programa nuclear.

Em declarações reproduzidas pela agência de notícias estatal Irna, o subcomandante chefe do quartel-general de defesa aérea, Heshmatollah Kasiri, disse que seu país é "autossuficiente" em matéria de defesa antiaérea.

Segundo Kasiri, a produção foi iniciada após demora da Rússia em entregar as baterias antiaéreas S-300 compradas pelo Irã.

"Hoje em dia produzimos todo o equipamento necessário para a defesa antiaérea e não necessitamos de país algum. Decidimos importar da Rússia apenas o sistema S-300, que não nos foi entregue ainda por razões inaceitáveis", afirmou.

"Mas encontramos a solução e nossos cientistas da indústria de defesa antiaérea iniciarão em um futuro próximo a produção de um sistema parecido ao S-300, ou ainda mais potente", acrescentou.

O general Kasiri anunciou também que o Irã já atingiu a autossuficiência na produção de mísseis do modelo Hawk e de diferentes tipos de radares.

Fontes militares russas afirmaram meses atrás que Moscou e Teerã assinaram em 2007 o contrato para a venda de cinco sistemas S-300 no valor de US$ 800 milhões. Segundo a agência Interfax, os S-300 estão armazenados nas instalações do Ministério de Defesa russo à espera do cumprimento do contrato.

A operação foi suspensa em 21 de outubro pelo Kremlin por motivos políticos na nova etapa de relações com os Estados Unidos, mas o Serviço Federal de Cooperação Militar assegurou recentemente que Moscou não renunciou de forma definitiva à operação.

Washington e Israel se opõem à venda de armamento a Teerã. O sistema S-300 é considerado muito mais potente que os sistemas antiaéreos Tor M-1 que o Irã comprou da Rússia por quase US$ 1 bilhão em 2005, contrato que Israel descreveu como uma "punhalada nas costas".

Aviões

O ministro de Defesa iraniano, general Ahmad Vahidi, anunciou também nesta segunda-feira que o país lançou duas linhas de produção de aviões não tripulados, que permitem realizar operações de vigilância e ataques com mísseis em território estrangeiro com maior segurança.

Segundo o general, os aviões permitirão ainda missões de grande precisão.

Há cerca de um ano, o Irã anunciou a construção de um avião de vigilância não tripulado com alcance de mais de mil km, o suficiente para chegar em Israel.

"Os dois aviões, batizados de Raad e Nazir, são capazes de levar a cabo operações de vigilância e busca a grande distância e ataques precisos", explicou Vahidi, citado pela televisão estatal.

A República Islâmica está sob embargo internacional de armas desde a guerra com o Iraque nos anos 80 pelo controle de uma zona fronteiriça estratégica.

Mesmo assim, em 1992, o Irã lançou um programa nacional de desenvolvimento bélico que permitiu modernizar seu arsenal e dotá-lo de modernos aparatos como mísseis de médio alcance, capazes de atingir até 2.000 km de distância.

O Irã alega que quer proteger suas instalações estratégicas --administrativas, industriais e militares--, em caso de ataque por parte dos EUA ou de Israel.

Com Efe, France Presse e Associated Press






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