Depois de vários adiamentos, Angola marca eleição para 2012

Angola terá eleições gerais em 2012, disse o presidente José Eduardo dos Santos hoje, ao promulgar a nova Constituição que lhe permite continuar governando o país, como já faz há mais de 30 anos. "O Estado deve criar condições para que uma eleição geral ocorra em 2012, mesmo ano em que o mandato expira", disse Santos em discurso a autoridades.

Santos já havia prometido eleições para 2009, e o partido oposicionista Unita e grupos de direitos humanos o acusam de adiar repetidamente o pleito para se manter no poder. Eles contestam também a nova regra constitucional que extingue a eleição direta para presidente, já que o ocupante do cargo será o primeiro nome da lista partidária vencedora nas eleições parlamentares.

A única eleição presidencial na história da ex-colônia portuguesa ocorreu em 1992, mas acabou sendo anulada antes do segundo turno, no qual Santos era favorito.

O mandato presidencial é de cinco anos, com direito a uma reeleição. Desse modo, Dos Santos, 67, já indicado como candidato do partido governista MPLA às eleições de 2012, pode ficar no poder até 2022. "Está claro que o presidente está adiando as eleições porque quer se aferrar ao poder por mais vários anos", disse o porta-voz da Unita, Alcides Sakala.

Depois de uma guerra civil de 27 anos, que acabou em 2002, Angola rivaliza com a Nigéria como maior produtor de petróleo. Na primeira eleição parlamentar do pós-guerra, em 2008, o MPLA obteve 82% dos votos.