PT defende candidatura única da base ao Planalto e insistirá para que Ciro desista

O PT vai insistir na retirada da candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao Palácio do Planalto, mesmo depois do parlamentar reafirmar que pretende concorrer à Presidência da República na disputa com a pré-candidata petista, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), e o governador José Serra (PSDB).

O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse nesta sexta-feira que o "cenário" caminha para um candidatura única da base governista na corrida presidencial.

"Temos todas as condições de sentar e conversar. Eu acredito que o cenário é para a candidatura única, assim como a polarização do debate entre os que defendem esse governo [Lula] e os que são contra", afirmou.

O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, disse que vai manter as conversas com o PSB em busca de um consenso sobre a candidatura de Ciro. "O Ciro tem legitimidade política para pleitear qualquer cargo. Temos uma visão diferente de estratégia política. Vamos continuar o debate. Se a nossa tese não prevalecer, vamos estar juntos no segundo turno", afirmou.

Dutra disse que não encara Ciro, nem a senadora Marina Silva (PV), como adversários de Dilma. "Oposição é o José Serra [PSDB]. Me recuso a colocar a Marina como oposição."

Dirceu

O presidente do PT negou que o ex-ministro José Dirceu (PT) tenha sugerido ao governador Cid Gomes (PSB-CE), irmão de Ciro, que os petistas poderiam lançar candidato no Estado se o deputado mantiver sua candidatura ao Palácio do Planalto.

"Eu conversei com o Dirceu e ele negou que tenha feito essa declaração. Ele me disse que nem esteve com o Cid, que não conseguiu se encontrar com ele", afirmou.

Segundo o "Painel" da Folha, por trás das palavras duras de Ciro contra Dirceu esta semana, estaria a conversa do ex-ministro com o governador do Ceará. Ciro disse que mandaria Dirceu "pastar na mesma hora" se o petista pedisse para ele retirar a sua candidatura.

Ciro acusou o ex-ministro, que voltou a integrar o Diretório Nacional do PT, de promover "um golpe" nas articulações para o PT fechar alianças nos Estados e as especulações sobre a possível candidatura do deputado ao governo de São Paulo. Apesar da crítica, o deputado disse que tem apreço por Dirceu, a quem considera um amigo.