Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sábado - 07 de Novembro de 2009 às 18:18
Por: Jesiel Pinto

    Imprimir


O coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Oberdan Ferreira Coutinho Lira, da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT), diz que existem quatro gêneros de serpentes peçonhentas (répteis que possuem veneno e um aparelho inoculador desse veneno, ou seja, presas): a jararaca, a cascavel, a surucucu e a coral verdadeira.

A jararaca é uma serpente que habita o Cerrado e regiões de matas ciliares e seu veneno é do tipo proteolítico. Sua picada provoca inchaço, vermelhidão, necrose do tecido e pode surgir hemorragia que pode levar à insuficiência renal e, consequentemente, a óbito.

O único tratamento para a picada desse animal (como das demais serpentes) é o soro antiofídico. A vítima que sofrer um ataque por serpentes peçonhentas deve ser removida com calma do local do acidente (porque maior agitação faz com que o veneno se espalhe com mais rapidez) até uma unidade de saúde.

A cascavel tem como habitat o Cerrado, mas também frequenta áreas próximas a plantações de grãos. Essas plantações são locais de moradia de ratos e outros roedores, alimento preferido desse tipo de serpentes.

Na zona rural, se houver ratos no interior de uma residência, pode acontecer de uma serpente invadir o local a procura de seu alimento favorito. Os ataques por parte de cascavéis são em menor número do que os da jararaca por um motivo: as cascavéis avisam, antes de atacar, tocando o seu famoso guiso.

O veneno da cascavel é neurotóxico, atacando o sistema nervoso central. Os sintomas externos são a paralisia dos membros. Oberdan Coutinho disse que “a pessoa fica com cara de bêbado, motivo pelo qual se recomenda que não se dê bebida alcoólica a quem for picado por essa serpente, pois o álcool pode mascarar os sintomas do ataque. O veneno provoca paralisia da musculatura, microcoágulos do sangue e também insuficiência respiratória e renal, podendo levar à morte”.

A surucucu ocorre com mais frequência na região amazônica e é considerada a maior serpente venenosa da América do Sul, podendo chegar a 3,5 metros. O veneno da surucucu é tanto neurotóxico como proteolítico. Oberdan Coutinho disse que “é como se a pessoa fosse picada por uma jararaca e uma cascavel, ao mesmo tempo”.

A coral verdadeira é a serpente que possui menos registro de acidentes porque ela habita galerias subterrâneas e dentro de cupinzeiros. Outro fator que faz com que o número de acidentes causado por corais seja pequeno é a localização muito recuada, dentro da boca do animal, do dente que inocula o veneno na vítima. Porém, se a serpente conseguir picar um humano o acidente é de alto risco à vida, atacando o sistema nervoso central, e pode ser letal.

PREVENÇÃO CONTRA SERPENTES

A medida de prevenção mais comum para evitar acidentes que envolvam serpentes é evitar os locais onde elas podem ser encontradas. Se tiver que adentrar o habitat das serpentes a pessoa deve fazer isso calçando botas de cano longo, calças compridas de tecido grosso e camisa de manga comprida do mesmo tipo de tecido.

Em depósitos de grãos, por exemplo, os cuidados devem ser redobrados e os trabalhadores devem se movimentar sempre com muita atenção. Nos casos em que as pessoas sofram ataque devem procurar, imediatamente, ajuda médica na unidade de saúde mais próxima.

ARANHAS E PREVENÇÃO

Do início de dezembro até o final de janeiro é o período de reprodução da aranha caranguejeira (mygalomorpha) em Mato Grosso. No Estado existem ainda as espécies “armadeira” (phoneutria sp), “Marrom Amazônica” (loxosceles sp), e a “Viúva Amarela”. Embora de menor toxidade, a aranha Viúva Amarela é do mesmo gênero da Viúva Negra e também pode provocar acidentes moderados, como formigamento no local da picada.

O veneno da maioria das aranhas caranguejeiras não é tóxico para o homem. Entretanto, sua picada é dolorosa e seus pêlos podem causar irritação. A armadeira é uma espécie agressiva que provoca dor intensa e imediata no local da picada.

As aranhas “Marrom Amazônica” não são agressivas e atacam se sentirem ameaçadas, mas a sua picada provoca, após 12 a 24 horas, o aparecimento de bolhas e escurecimento da pele (necrose) e o acidente é considerado de alto risco à vida.

A sua identificação é fácil porque tem uma coloração marrom-avermelhada, com o abdômen em forma de azeitona. Mede cerca de 3 centímetros de comprimento total. Possui hábitos noturnos, vive em teias irregulares que tecem, podem ser encontradas em cascas de árvores, folhas, cavernas e dentro das residências preferem ficar escondidas atrás de quadros e móveis.

Para prevenir e reduzir o número de acidentes com aranhas algumas das recomendações são: manter limpa a casa e a área ao seu redor e, evitar lixo e entulhos que podem servir de abrigo para muitos desses animais, tapar frestas e buracos nas paredes, tapar ralos de pias e de banheiros, examinar calçados e roupas pessoais, de cama e banho antes de usá-las e não colocar as mãos em tocas, buracos ou ocos de árvores.

Nos sítios e chácaras, manter uma área limpa em volta da casa, sem mato e, quando for aos pomares, seguir as orientações dos hábitos desses animais, pois a maioria deles gosta de ficar em cascas de árvores, escondidos entre as folhas do solo, debaixo de pedras, em locais úmidos e escuros. Quem pratica ecoturismo também deve se proteger usando calçados fechados como botas e tênis.





Fonte: Assessoria/SES-MT

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/151441/visualizar/