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Quarta - 12 de Agosto de 2009 às 12:45
Por: Lisânia Ghisi

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Um dos municípios mais antigos do Estado, Rosário Oeste (a 128 km de Cuiabá), hoje com 166 anos de fundação, reúne personagens que não deixam a história morrer. Eles preservam casarões dos tempos da escravidão, praças históricas e contam "causos" sobre lugares considerados mal assombrados. São riquezas culturais do munícípio vizinho da capital mato-grossense. A cidade guarda consigo, por exemplo, um dos brasileiros que participaram da história nacional. Trata-se de Antônio Abdon da Silva, o "seo" Abdon, hoje com 88 anos. Ele revela, com orgulho, sua participação na 2ª Guerra Mundial.

"Me sinto honrado de ter participado de um grande momento histórico mundial. Faço parte da história nacional", destaca. Brincando, o ex-militar conta um fato curioso. Mesmo em meio a tanto armamento e conflitos, ele diz nunca ter visto ninguém morrer, ou seja, ser abatido nos confrontos armados. "Nós só encontrávamos nossos companheiros mortos no conflito depois de três ou quatro dias", firma. Presente na guerra mundial entre 1944 e 1945, Abdon exibe sua carteira de associado da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Na década de 40, ele e mais outros 25,3 mil homens participaram do confronto. Do Brasil, foram levados para a Itália, sob o lema "A cobra está fumando". O ditado fazia alusão ao que se dizia na época "mais fácil uma cobrar fumar do que o Brasil entrar na guerra".

Abdon recebeu o RDNews no museu de Rosário Oeste. Ele conta que durante os 11 meses em que ficou nos campos de batalha em território italiano, viveu sob constante tensão e, ao mesmo tempo, emoção. "Ao redor da minha carteira de associado da FEB está escrito todos os lugares por onde passei", revela o militar da reserva que só deixou o seu município de origem para a missão de guerrear. Observa que a educação pregada pelos pais naquela década de 40 é completamente diferente da de hoje. "Os pais não deixaram nem mesmo filhos homens saírem sozinhos para ir até a capital cuiabana. Hoje é diferente. Até menina sai de casa sozinha. Para eu vir para Cuiabá e me tornar militar tive que vir acompanhado de meu pai", compara.

O ex-militar, que pertencia ao antigo 16º Batalhão de Cassadores, hoje o 44º Batalhão de Infantaria Motorizada, lembra que começou na carreira militar ainda jovem e era apenas voluntário no batalhão. Abdon foi para a reserva como segundo-tenente. Ele foi um dos homenageados pela Assembleia Legislativa como um dos defensores da Pátria.

A 2ª Guerra teve início em 1939 com a invasão da Polônia pela Alemanha. Prolongou-se até 1945, quando a União Soviética e os Estados Unidos se tornaram as maiores potências mundiais. O Brasil, que na época era presidido por Getúlio Vargas, se viu obrigado a participar do combate. Assim passou a enviar tropas de apoio aos norte-americanos. Na época, com 23 anos, "seo" Abdon deixou sua família em Rosário Oeste para se tornar herói na Europa. Hoje, com lembranças, fotos, homenagens e muitas histórias, ele é considerado herói, principalmente para os rosarienses.





Fonte: RD News

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