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Agronegócios
Segunda - 10 de Agosto de 2009 às 14:04

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As exportações de carne bovina de Mato Grosso para União Europeia no 1° semestre de 2009 registrou considerável queda comparada com o 1° semestre dos três últimos anos. Segundo levantamento feito pelo Instituto de Economia Agropecuparia - Imea neste ano foram exportados 4,08 milhões/Kg, um decréscimo de 65,62% com relação ao ano anterior. “Os dados apontam que a maior queda foi registrada entre 2007 e 2008 quando a União Europeia passou a exigir que o Ministério da Agricultura e Pecuária fizesse a auditoria das propriedades habilitadas para exportar para o bloco. Nesse período houve uma grande queda tanto do volume (74,37%) quanto do valor”, analisou o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. Mato Grosso possuiu hoje apenas 203 propriedades aptas à exportar para União Européia, “porém temos uma fila de quase 500 propriedades aguardando a auditoria oficial para exportar carne in natura para os mercados que exigem o Eras/Sisbov. Enquanto não for resolvido o sério problema de falta de estrutura do Mapa para realizar as auditoria a situação vai persiste”, disse Vacari.

As consequências na morosidade das auditorias do Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos - Sisbov são inúmeras. A exigência da rastreabilidade para que a carne chegue ao cobiçado mercado Europeu travou o mercado dificultando o ingresso de novas propriedades. O Brasil, por exemplo, usou apenas 25% do volume possível da cota Hilton no ano passado (2008/2009), ou seja, para aproveitar a nova cota Hilton o Brasil terá que aumentar 715% as exportações para a U.E . A cota Hilton foi criada com a finalidade de minimizar as distorções geradas pela sobretaxação da carne brasileira exportada para a União Europeia (U.E.). A cota Hilton do Brasil era de 5 mil toneladas de carne com uma taxa de importação de 20%. Com a entrada da Romênia e Bulgária na comunidade europeia, a cota do Brasil dobrou desde o dia 1º de julho e o Brasil passou a ter direito de exportar 10 mil toneladas. “A notícia é animadora para o pecuarista que está investindo na sua propriedade para se adequar as rígidas normas Europeia, mas a contrapartida do governo federal não existe, penalizando o produtor mais uma vez”, disse o superintendente da Acrimat.

Os impactos na retração das exportações também podem ser sentidos no preço da arroba no mercado interno, segundo levantamento do Imea. Comparando com os anos anteriores, o preço da arroba do boi gordo sofreu pouca variação nos sete primeiros meses de 2009, atingindo 3,9% abaixo do praticado no início de 2009. Já a carcaça casada, que representa a carne no atacado, teve queda de 5,6% no mesmo período e é cotado por R$ 4,59 o quilo. O traseiro com osso teve a maior redução de preços sofrendo desvalorização de 11,7%. No caminho oposto o dianteiro com osso valorizou 10,9%. A baixa do traseiro mostra os impactos da retração das exportações, ao passo que a alta do dianteiro o aumento da demanda pela população de baixa renda.





Fonte: O Documento

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