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Sexta - 07 de Agosto de 2009 às 07:16
Por: Romilson Dourado

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Mesmo numa fase de pré-campanha a governador e a 8 meses de provavelmente deixar o Palácio Alencastro, o prefeito cuiabano Wilson Santos (PSDB) decidiu tomar duas medidas polêmicas, audaciosas e um tanto corajosas e que tendem a gerar desgaste a sua administração. Ele está montando junto com a equipe da pasta da Saúde, sob Luiz Soares, o que chama de operação de guerra para fechar o Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) por seis meses para, assim, podê-lo reformar por completo. Antes, vai concluir reforma de duas policlínicas para tentar atender a demanda.

A outra medida é quanto à campanha "Cuiabá Mais Limpa", visando à Copa do Mundo de 2014, quando a capital mato-grossense será uma das 12 subsedes. O prefeito promete um novo marco regulatório, com envio de projeto à Câmara Municipal. Não haverá mais, por exemplo, nenhum front light em área pública. Hoje existem 158 cadastrados e todos vão para o chão até 30 de novembro, segundo o plano da prefeitura.

Santos conclama apoio dos meios de comunicação e da população para colocar em prática as duas medidas. Espera compreensão de todos e que o assunto não venha a ganhar o noticiário político, num temor de virar pauta negativa por parte da oposição. No caso do HPSMC, ele explica que enquanto a parte de baixo do prédio ficará fechada, a superior continuará em funcionamento. Depois de concluída a primeira etapa da obra, a situação se reverte. Nesse interím, a sala de cirurgia continuará operando. As obras devem começar a partir da segunda quinzena do próximo mês, entre 20 de setembro a 1º de agosto. Estuda-se plantões de trabalho até no período noturno, para acelerar a execução do projeto. Antes de fechar a parte de baixo do complexo, o prefeito vai inaugurar a reforma das policlínicas dos bairros Verdão e Planalto.

O pré-projeto aponta investimentos de R$ 5 milhões, sendo R$ 2,5 milhões na reforma e, a outra metade, na aquisição de equipamentos. Para o prefeito, essa revolução já vai acontecer tardiamente, pois entende que o HPSMC está superado em 10 anos. Outro problema é a questão documental. A área que abriga a unidade foi desapropriada em 1975 e até hoje o Estado não indenizou os proprietários do imóvel, levando-os a recorrer à Justiça. Entrou na lista de precatórios. Enquanto isso, a prefeitura não possui escritura da área do HPSMC. Em consequência disso, não pode captar recursos da União para ampliação, mas apenas para reforma.

O prefeito destaca que vai haver impacto na Baixada Cuiabana e também no interior do Estado, mas não vê outra alternativa senão o fechamento por um semestre de grande parte da unidade hospitalar para executar as obras e oferecer melhor qualidade no atendimento à população. "Será uma operação de guerra. Por isso, tudo está sendo bem pensado. Amado ou odiado, bem ou mal, o HPSMC é o principal de Mato Grosso para atendimento de urgência e emergência. Ali não tem privilégio para filho de pobre ou de rico, de governador ou de prefeito. Todos são atendidos sem perguntar o nome", comenta Wilson Santos.

Conta que gestores de muitos municípios passaram a usar microônibus para transportar pacientes para o pronto-socorro da Capital. Dos cerca de R$ 3,5 milhões gastos no HPSMC por mês, 45% são referentes a despesas com pacientes que residem fora de Cuiabá e, diz o prefeito, a maior parte não está na regulação, o que eleva as despesas da Prefeitura da Capital, já que nesse caso não tem cobertura pelo Estado. Para Wilson Santos, o problema no pronto-socorro não é a qualidade, mas sim a quantidade. "O problema é ambulatorial. Procuram a unidade para fazer exames e medir pressão, quando deveria ser somente para casos de urgência e emergência", diz o prefeito, que pretende desenvolver campanhas institucionais com vistas a conscientizar a população sobre a necessidade de parar parte do HPSMC para o trabalho de reforma.

"O Pronto-Socorro é uma bênção. O que faltam são leitos de retaguarda. No caso da dengue, por exemplo, os hospitais privados ficaram todos lotados e se tivéssemos esses leitos conseguiríamos atender a demanda". Ele enfatiza que a unidade registra o menor índice de infecção hospitalar de Mato Grosso.

"Cuiabá Mais Limpa"

Como parte da campanha "Cuiabá Mais Limpa", a prefeitura pretende retirar todos os front light de áreas públicas. A previsão é fazer esse trabalho até o final de novembro. Hoje existem cadastrados 158 painéis de alto impacto visual. O prefeito prepara um projeto a ser encaminhado à Câmara Municipal, de modo a definir novo marco regulatório para o setor.

Wilson Santos afirma que faixas no perímetro urbano já estão proibidas e que já conseguiu reduzir em 20% a quantidade de outdoors espalhados em áreas públicas. Conta que quando assumiu o Palácio Alencastro, em janeiro de 2005, eram 1.055. Esse número de outdoor caiu para 530. Segundo o prefeito, como gestor precisa tomar medidas duras e austeras, pois pensa "numa Cuiabá melhor para se viver" e todos precisam ajudar a preparar a capital para a Copa do Mundo e lembra se tratar de exigências da Fifa e da CBF.





Fonte: RD News

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