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Repórter News - reporternews.com.br
Agronegócios
Sexta - 29 de Maio de 2009 às 12:17
Por: Sandra Pinheiro Amorim

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A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT) não participa mais da Mesa Redonda da Soja Responsável (RTRS, sigla em inglês). A decisão foi tomada na quinta-feira (28.05), após a aprovação, em assembléia, do estabelecimento de áreas de alto valor de conservação sem nenhuma especificação de definições e critérios de preservação ambiental.

“Na terça-feira (26.05) ficou decidido pelos integrantes da diretoria executiva que emitiríamos uma carta comunicando que ainda não tínhamos chegado a um critério ambiental e que os princípios continuariam sendo discutidos pelo grupo técnico. Depois de se chegar a um consenso, seriam colocados em consulta pública. Nada do que foi combinado pelo grupo foi levado em consideração”, afirma o vice-presidente Oeste da Aprosoja/MT, Ricardo Arioli Silva, que representa a entidade na diretoria da RTRS.

A Aprosoja/MT não concorda que um critério tão importante como o ambiental não passe por uma discussão técnica pelo grupo de desenvolvimento. Aceitar um texto de última hora, imposto pelas ONGs, e sem poder avaliar se realmente haverá ganhos ambientais, seria irresponsável. “A Aprosoja quer contribuir com resultados positivos no que diz respeito à preservação ambiental e da biodiversidade, e não apenas com a imagem da RTRS. Sem a continuidade do diálogo e da cessão das partes, o ritual de discussão foi quebrado e perdemos a confiança em participar do processo de certificação da produção sustentável junto à RTRS”, pondera Arioli.

A Aprosoja/MT decidiu participar da Mesa Redonda porque os produtores associados à entidade estão decididos a melhorar ainda mais a produção sustentável para atingir o equilíbrio necessário entre a preservação ambiental e a biodiversidade. “E vamos continuar em busca desse equilíbrio, mesmo estando fora da RTRS”, frisa Arioli, ao lembrar que em Mato Grosso existem 5 mil sojicultores produzindo 30% da produção nacional e 8% da produção mundial de soja em apenas 6% do território mato-grossense.

Até o momento, a RTRS aprovou apenas restrições ao desenvolvimento da produção agrícola, que é o principal motor da economia de vários países produtores de soja. No Brasil, é o setor agrícola que vem sustentando o superávit das balanças de pagamento e comercial, mesmo após o desencadeamento da crise mundial no segundo semestre de 2008.

A Aprosoja/MT agradece o apoio enquanto participou da mesa-redonda, os convites para palestras e a oportunidade de mostrar que os sojicultores do estado de Mato Grosso têm um compromisso com a produção sustentável. A busca deste compromisso continuará, mas ficou claro que este não é o fórum ideal de discussão, não há nenhum argumento favorável para trazer os produtores para a negociação e nem convencê-los a participar deste processo.

“Precisamos eleger com urgência mecanismos de incentivo, compensação e premiação de forma clara e com data para começar e apresentá-los aos produtores antes dos testes de campo para atraí-los para o processo de certificação da produção sustentável”, avalia o vice-presidente da Aprosoja.

Para tanto, a Aprosoja/MT continuará na busca da certificação e continuará com as portas abertas para o diálogo. A entidade participa da Aliança Internacional dos Produtores de Soja (ISGA, sigla em inglês), do Projeto Soja Mais Verde – que tem como parceiros o governo do Estado e a ONG The Nature Conservancy (TNC) -, do Instituto para o Agronegócio Responsável (Ares) e Instituto Ação Verde.





Fonte: Aprosoja

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