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Agronegócios
Segunda - 04 de Maio de 2009 às 06:27
Por: Fabiana Reis

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Depois de ter a logística e os custos de produção como principais entraves para o bom desempenho da produção agrícola mato-grossense, a preocupação do setor produtivo agora se concentra na escassez de crédito. Mas desafios que os produtores terão de enfrentar na safra 2009/2010 não se limitam apenas à falta de recursos (tanto de bancos oficiais como de estrangeiros) para financiar o ano agrícola. Outro entrave é com relação à legislação ambiental, que impõem regras praticamente impossíveis de serem cumpridas. Mas uma coisa é certa, os dois gargalos enfrentados atualmente (crédito e ambiente) não diminuem a gravidade dos outros, que também penalizam a produção estadual.

Mesmo diante de tantas dificuldades de dúvidas com relação ao plantio que começa em julho, o economista e superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), Seneri Paludo, considera que o cenário atual é positivo, com recuperação dos preços das commodities no mercado internacional, manutenção da demanda mundial e a competitividade do produto estadual, no que se refere à produtividade. Ele considera no entanto, que a principal questão neste momento quando o assunto é a safra 2009/2010 é: diante da boa oportunidade, Mato Grosso terá como aproveitar?

"Temos boas perspectivas para a safra que vem, com bons preços, demanda pelos grãos no mercado externo. Porém ainda não sabemos se poderemos aproveitar esta chance, já que o principal problema é a falta de crédito para o financiamento da safra", diz Paludo ao lembrar que isso vem ocorrendo desde o último trimestre do ano passado, quando a crise internacional foi agravada, assustando os produtores rurais não só de Mato Grosso como do país. Diante de tantas dúvidas e incertezas, o setor produtivo passou a pressionar o governo federal, que por sua vez, vem criando medidas para conter a situação, com a liberação de recursos, publicação de Medidas Provisórias (MPs), o que na avaliação do segmento é insuficiente e não cobre os custos necessários para uma safra.

Cálculos da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) estimam que o volume de recursos necessários à safra 2009/2010 é de R$ 15 bilhões, sendo que deste total, 20% os produtores teriam condições de desembolsar com recursos próprios. Outros 20% teriam origem nos bancos oficiais e a maior parte, 60%, viria das tradings. O presidente da entidade, Rui Prado, no entanto, afirma que as tradings não estão conseguindo captar os recursos junto aos bancos estrangeiros e que o volume que estão conseguindo, estão com juros bem maiores, o que encarece a tomada de empréstimos e dificulta a relação de troca com estes financiadores (de insumos por grãos que ainda serão produzidos).

Para o presidente, o governo tem de concluir o mais rápido possível o Plano Agrícola e Pecuário 2009 (PAP), que inclui políticas de comercialização, preço mínimo, volume que será destinado aos empréstimos, entre outros itens fundamentais para o andamento da safra.




Fonte: A Gazeta

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