Gerente que morre em Cuiabá em cirurgia para "lipo" teve artéria perfurada

A gerente administrativa Rosemere Aparecida Soares, 30, morreu vítima de hemorragia causada por perfuração da veia cava inferior, que é responsável por recolher o sangue de toda a parte do corpo que está abaixo do diafragma, isto é, do abdome e dos membros inferiores. Esse é o resultado do laudo do Instituto Médico Legal assinado pelos médicos legistas Augusto Amélio de Carvalho e Valdir Ribeiro. O documento foi entregue na tarde de ontem ao delegado coordenador do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) Verdão, Douglas Turíbio Schutz. O delegado determinou a abertura de inquérito para apurar se a jovem foi vítima de um erro médico. Rosemere morreu na tarde de 23 de dezembro de 2007. A presidente do Sindicato dos Médicos, Maria Cristina Pacheco, informa que "é uma das veias mais calibrosas (espessas) que temos".

Com o laudo em mãos, o delegado informa que hematomas foram encontrados no corpo da mulher, que morreu pouco após ser submetido a uma cirurgia para reparação estética. Ela deixou a clínica, localizada na área central de Cuiabá, com quadro de parada cardíaca. Douglas informou que vai solicitar ao médico que atendeu a jovem, Samir Kedhi, "todo o histórico clínico para saber o que aconteceu e qual a procedência dessas marcas". Citou ainda que hoje vai tomar as declarações da mãe da jovem, Suede Cardoso, que a acompanhava no dia da cirurgia. O médico será a última pessoa a prestar declarações. O delegado tem 30 dias para concluir os trabalhos.

Rosimere saiu da clínica em uma UTI móvel e foi encaminhada ao Hospital Jardim Cuiabá, a pedido de sua mãe, Suede Clemente. Essa seria a terceira cirurgia que Rosemere faria.

Eram quatro procedimentos no mesmo dia. Primeiro uma cirurgia de correção no nariz. Depois uma lipoaspiração, uma cirurgia na panturrilha e a retirada das amídalas.

A reportagem de A Gazeta tentou, sem sucesso, contato com o médico Samir Kehdi. Na clínica particular em que atua, a informação é de que ele se encontrava em sala de cirurgia. A atendente foi questionada sobre qual o hospital, mas não soube prestar a informação.