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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 18 de Dezembro de 2007 às 16:33

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Foi deflagrada na manhã desta terça-feira, 18 de dezembro, a Operação Celeiro, ação conjunta do Ministério Público estadual com a Secretaria de Estado de Fazenda, a Polícia Militar e apoio da superintendência do Banco Central do Brasil, em Belo Horizonte. O objetivo é desarticular a "Máfia dos Grãos" que atuava na região do Triângulo Mineiro e tem ramificações nos estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Distrito Federal e São Paulo.

A quadrilha era composta por 75 empresas que atuavam no mercado de comercialização de cereais, de forma criminosa, há pelo menos 5 anos, causando um prejuízo estimado pela Receita estadual de R$400 milhões em sonegação de ICMS. Além desse valor, já estão inscritos em dívida ativa ou já foram autuados outros R$347 milhões. As investigações tiveram início há mais de dois anos e o MPE já denunciou 58 pessoas.

Mais de 250 agentes do poder público, entre promotores de Justiça, auditores da receita estadual, policiais militares e oficiais de Justiça dos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins estão cumprindo 25 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão preventiva.

Em um balanço parcial da operação, o superintendente de fiscalização da Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais, Gilberto Silva, contou como se deu a operação, cujas investigações duraram mais de dois anos. O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária, promotor de Justiça Rogério Filippetto informou que foram apreendidos vários documentos, R$138 mil em dinheiro, 83 unidades de jóias, R$ 413 mil em cheques e 3.820 toneladas de grãos. O coronel Robson Nogueira informou que foram presas sete pessoas, sendo cinco em Uberlândia, uma em Goiás e a outra em Tocantins.

Também participaram da operação os promotores de Justiça Genney Randro e Adriano Arantes Bozola (Uberlândia) Carlos Valera (Uberaba), Claudine Lara (Passos).

A base de operações da quadrilha era a região do Triângulo Mineiro, constituída por empresas comerciais atacadistas, corretoras e armazéns localizados nas cidades de Uberlândia, Uberaba, Ituiutaba, Araguari, Patrocínio, Patos de Minas, Nova Ponte, Santa Juliana, Araxá e Perdizes, principalmente.

O golpe consistia em comprar soja, milho e sorgo de produtores rurais de Minas Gerais e revender essas mercadoria a grandes indústrias de Minas Gerais e de São Paulo. Para não pagar os tributos, as empresas atacadistas simulavam comprar esses mesmos produtos de empresas de fachada inscritas nos estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, São Paulo e até no Distrito Federal, através de notas fiscais e créditos de ICMS frios.

Também simulavam a exportação de grãos, desviavam-se dos postos fiscais nas fronteiras do Estado e falsificavam carimbos dessas repartições fazendárias. Com isso, reduziam ou até suprimiam o imposto que teriam a pagar para Minas Gerais, além de outros tributos.

Assim, elas conseguiam altos lucros e prejudicavam as empresas sérias do setor pela concorrência desleal.

Com a sonegação dos impostos, ganhavam também as granjas, as indústrias de óleo de soja, as fábricas de ração e outras indústrias de produtos alimentícios que no momento de pagar seus impostos, abatiam os créditos recebidos das empresas da quadrilha.

Os produtores rurais, as indústrias e as granjas que se beneficiavam com a sonegação serão chamados para prestar conta dos impostos sonegados.

Estão caracterizados os crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/90) de uso de documentos falsos (art. 304/CP), formação de quadrilha (art. 288/CP) e lavagem de dinheiro (Lei 9613/98).

Foram presos:

José Humberto Ferreira (Uberlândia - MG)

Deoclides Rodrigues Afonso (Uberlândia - MG)

Renato Guimarães Alves (Uberlândia - MG)

Rogério Cordeiro (Gurupi - TO)

Roberto Carlos de Moraes(Rio Verde - GO)

Eduardo Pires de Oliveira (Uberlândia - MG)

Aroldo Arruda Cavalcante Filho (Uberlândia - MG)

Empresas envolvidas

Prédio da Bolsa Brasileira de Mercadorias Regional de Uberlândia

Escritório de Advocacia

Grãos Comércio de Cereais LTDA

Unimilho Comércio de Cereais Importação e Exportação LTDA (Araguaia Comércio de Cereais Importação e Exportação LTDA)

Seara Comércio e Representações LTDA

Armazéns Gerais Ituveravense LTDA filial

Prospecta Comércio de Cereais LTDA

Armazéns Gerais Ituveravense LTDA matriz

Sojmil Com. Cereais Importação e Exportação LTDA

Armazéns Gerais Ituveravense LTDA filial

3r Comércio de Cereais Ipuã LTDA

R.R. de Oliveira & Cia LTDA (cerealista fartura)

Momonuki Artes Gráficas LTDA (Nihon gráfica)

Empresa Yakasilo & Lima LTDA (Posto Colibri)

Milhagro Comércio de Alimentos LTDA

Comercial de Alimentos Mirassol LTDA

Forte Grãos Comércio de Alimentos LTDA





Fonte: 24 Horas News Com MPMG

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