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Agronegócios
Quarta - 19 de Setembro de 2007 às 19:36

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Os biocombustível no contexto das energias alternativas e o biodiesel a partir de óleos residuais foram os dois assuntos tratados durante a manhã do segundo dia do Biodiesel BR 2007, evento promovido pela UFMT no Centro de Eventos do Pantanal. A discussão, que iniciou dia 18 e encerra no dia 20, tem como objetivo analisar o papel do Brasil no cenário internacional dos biocombustíveis. Para isso, participam pesquisadores, estudantes, empresários e representantes do setor público.

O pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa, da Universidade de São Paulo, Orlando Silva, foi o responsável pela conferência “Os biocombustíveis no contexto das energias alternativas”. Ele apresentou várias informações sobre o que é e como se obter biocombustíveis, além de falar sobre o desenvolvimento sustentável e a eficiência energética (uso racional da energia). “Em lugares como Cuiabá, onde há grande incidência de sol, o ideal seria que a arquitetura das construcoes levasse isso em conta, melhor aproveitando a luz solar e menos a energia elétrica”, afirmou.

O conferencista também disse que com a crescente preocupação dos paises ricos em diminuir sua dependência dos combustíveis fósseis (petróleo), principalmente pelo aquecimento global, dá oportunidade aos países em desenvolvimento de produzir e exportar biocombustiveis e não apenas a matéria-prima.

Óleos residuais – A mesa redonda do período da manhã teve como tema “Biodiesel a partir de óleos residuais: um serviço ambiental e uma estratégia para inclusão social”. Para debater o assunto, participaram o pesquisador do ESALQ/Piracicaba, Warwick Manfrinato; o representante da Sinergia – Soluções Integradas em Energia Renovável, Vaniomar Rodrigues; e a representante do Sebrae, Helen Camargo. A mediação foi feita pelo coordenador do evento e pró-reitor de Pesquisa da UFMT, Paulo Teixeira de Sousa Jr.

Todos os integrantes salientaram que discutir a questão é de extrema importância em especial no que se refere à poluição ambiental. Warwick apresentou alguns dados que dão a dimensão do problema. Estima-se que o consumo de óleo seja de 2 a 3 litros por mês para cada habitante, sendo que 90% disso acaba poluindo os rios, pois são descartados diretamente na rede de coleta de esgoto. “O processamento desse óleo e um desafio”, declarou.

Entre os problemas apontados pelos debatedores, o principal relaciona-se a coleta e armazenamento desses óleos residuais. Quanto a coleta, o desafio é o óleo utilizado nas residências, já que muitas pessoas acabam reutilizando o óleo na fritura de alimentos e o que sobra é jogado na rede de esgoto. “Falta conscientizar a população de que essas atitudes são prejudiciais tanto ao meio ambiente quanto a sua própria saúde”, explicou Vaniomar.

No que se refere as industrias e comércio, a situação é um pouco melhor, mas ainda há a questão do armazenamento correto desse óleo para posterior processamento para que ele seja usado na fabricação do biodiesel. “O principal gargalo é esse: a logística para o recolhimento e armazenamento do óleo residual e a falta de políticas públicas para incentivar e regulamentar esse uso para a produção do biodiesel”, afirmou a representante do Sebrae.

Warwick ainda relatou a existência de algumas empresas que estão utilizando o óleo residual como combustível, o que não é aconselhável de forma alguma. O coordenador do evento, Paulo Teixeira de Sousa Jr., lembrou de uma situação semelhante que ocorreu recentemente no Mato Grosso. “Devido ao preço do diesel e da baixa do dólar que prejudicou as exportações, os produtores começaram a usar óleo de cozinha como combustível”, relatou, lembrando que a decisão acabou comprometendo a própria arrecadação do Estado, já que o consumo de diesel diminuiu consideravelmente.

O Biodiesel BR 2007 segue até esta quinta-feira, dia 20, com conferências e mesas-redondas. O evento é realizado pela UFMT, com apoio do Centro de Pesquisa do Pantanal-CPP, Banco da Amazônia, Secretaria de Estado de Indústria Comercio Minas e Energia-SICME, Sebrae, ANP, OCB/MT, Petrobras, BNDES, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Integração Nacional e Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste.





Fonte: Assessoria

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