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Agronegócios
Segunda - 20 de Agosto de 2007 às 10:39

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O mercado interno brasileiro é que vai garantir a expansão da produção de frangos para o próximo ano. Estimativa da RC Consultores é de que em 2008 o consumo do produto no Brasil será 9% maior, enquanto as exportações crescerão 7% no mesmo período. Isso significa uma inversão do quadro atual, em que as vendas externas aumentam 15% e as internas, 5%, pelas projeções anuais da consultoria.

"Não há como repetir o ritmo de incremento nas exportações porque este ano foi muito alto", avalia Érico Pozzer, presidente da União Brasileira da Avicultura (UBA). Ele discorda, no entanto, de que a produção cresça em função do consumo interno, uma vez que as exportações respondem por cerca de 30% do frango abatido. Mas ele acredita em alta de produção, em virtude dos preços mais altos pagos pela ave. "Qualquer centavo que sobra, o produtor investe", diz.

Para o economista Fábio Silveira, da RC Consultores, a explicação para o aumento do consumo interno é que em 2008 projeta-se um crescimento na renda do brasileiro. "O mercado interno, até o momento, não será atingido pela turbulência, mas o mundial deve ter um ritmo de crescimento mais lento", afirma Silveira. Segundo ele, neste ano, houve uma retomada dos mercados afetados pela crise da gripe aviária e, por outro lado, em 2008, parte do crescimento do consumo interno de frangos se dará pela retirada de uma parcela da carne bovina. "O preço do boi deve continuar em alta, estimulando o consumo da carne de frango", conclui.

Pelas projeções da RC Consultores, neste ano, a produção somará 10,1 milhões de toneladas de carne de frango - alta de 8% - e, em 2008, chegará a 10,99 milhões - incremento de 9%. A consultoria também calcula que o preço do frango abatido, que neste ano é 25,8% mais alto, em 2008 continuará em trajetória ascendente, mas menos acentuada: 6,6%.

Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) mostra que o poder de compra do avicultor piorou no mês de agosto. Segundo o estudo, as altas nas cotações do milho têm superado as verificadas nos preços do animal vivo. Entre 1 e 16 de agosto, o frango vivo valorizou-se 7%, no interior de São Paulo. Para o milho, o aumento foi de 15,38% no mesmo período. Com isso, se no início de agosto um quilo de frango vivo comprava 5,29 quilos de milho, a equação mudou agora para 4,9 quilos. Segundo o centro, isso significa que em agosto o produtor de frango teve redução de 7,28% no poder de compra.





Fonte: Gazeta Mercantil

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