Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 17 de Agosto de 2007 às 15:18
Por: Andréia Cruz e João Manuel

    Imprimir


Casas centenárias da comunidade ribeirinha de Piúva, às margens do rio Cuiabá, no município de Barão de Melgaço, estão sendo restauradas para que a história da região não se perca no tempo. A recuperação da igreja Bom Jesus da Piúva, o prédio da Associação de Moradores e a residência, que pertence aos irmãos Silvina e Euclides da Silva Taques, com mais de 70 anos, tem o apoio do Governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Há dois meses, 37 prédios centenários da região foram tombados pelo setor de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura de Mato Grosso.

As residências tombadas pertencem aos descendentes dos primeiros moradores dos portos de Croará, Sangradouro Grande, Rancharia e Pedro Alves. Todos pertencentes à comunidade de Piúva. Segundo a coordenadora do Patrimônio Histórico, Maria Antúlia Leventi, a área tombada é de aproximadamente 4000 m². "O entorno de proteção corresponde a 150 metros a partir das margens direita e esquerda do rio".

Por causa da dificuldade de acesso, já que não há estradas até a comunidade, os materiais como madeiras, adobe e telhas foram retirados e feitos no próprio local. "O rio é o único caminho para chegar aos portos", explicou a coordenadora do Patrimônio. Ela lembra, que por conta do desmoronamento das margens do rio Cuiabá, os imóveis estão se deteriorando. Muitas casas que na época da construção estavam a 300 metros de distância do rio, agora estão a menos de cinco metros da margem.

A moradora Maria Taques, descendente dos primeiros moradores da comunidade de Piúva, relata que as primeiras construções foram levantadas no ano de 1915. "Temos que preservar a nossa história", declara. Ela afirma que os irmãos Silvina e Euclides da Silva Taques vão doar a casa em que moram para ser transformada em um Centro Cultural. "O tombamento é uma coisa inédita para nós, já que éramos esquecidos", completa.

As casas tombadas fazem parte do sistema de Sesmarias – terras doadas no século XVIII, e que ainda possuem em suas estruturas o material usado na época. "Com o tombamento está sendo preservada a história daquele povo e de Mato Grosso", afirmou o secretário de Cultura do Estado, João Carlos Vicente Ferreira. A comunidade de Piúva, composta por quatro portos, serviu para chegada das monções, de passagem de viajantes e migrantes que vinham em busca do ouro descoberto nas Minas do Sutil.





Fonte: Assessoria SEC-MT

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/211237/visualizar/