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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 15 de Agosto de 2007 às 14:33
Por: Celso Bejarano Jr.

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Está no Ministério Público Federal o relatório do inquérito que apura a tragédia que ocorrera em janeiro deste ano, no pátio da Superintendência da Polícia Federal, em Rondonópolis, onde um escrivão matou uma agente e, depois, se matou.

O episódio é cercado de mistério e, segundo fontes ouvidas pelo MidiaNews, a população pode nunca saber os reais motivos que provocaram a bárbarie.

Sob o número 2007.36.02.000.591-6, o inquérito foi conduzido pelo delegado da PF, Cristian Nages e entregue à Justiça Federal, que remeteu os papéis para o MPF. Depois de avaliado, o documento é devolvido à corte federal, que define a questão.

A reportagem não conseguiu conversar com o delegado, que estava viajando, segundo colega seus. Embora o inquérito não tenha sido conduzido de modo sigiloso, o relatório não pode ser visto ainda pela imprensa.

Uma fonte que conhece o assunto e acompanhara a apuração, disse que "dificilmente o inquérito aponte uma razão que justificaria a tragédia". A fonte informara ainda que "provavelmente o caso seja arquivado".

Mortes assistidas

O homicídio seguido de suicídio, como tem sido tratado o caso, ocorrera no meio da tarde do dia 21 de janeiro. O escrivão Ari Rodrigo Reis dos Santos, de 27 anos de idade, deu um tiro em sua colega, a agente Fábia Alexandra Ramos, de 34 anos e depois cometera suicídio com um tiro na cabeça . Eles não eram parentes, nem inimigos, eram casados e trabalhavam juntos há apenas quatro meses, período em que os dois se conheceram na Polícia Federal.

No dia seguinte ao crime, o caso foi parar nas mãos da delegada Divina Aparecida Vieira Martins da Silva. Ela disse ao Midianews que devolveu o caso para a Polícia Federal amparada por legislação federal. Não é da competência da Polícia Civil apurar a tragédia.

Assim que assumiu as investigações, a delegada disse à imprensa de Rondonópolis que descartaria a hipótese de que o escrivão tinha sido afetado por algum problema psicológico.

Divina Aparecida acha essa probabilidade remota porque antes de o escrivão assumir o cargo, participara de uma série de treinamentos e, se algum sintoma da doença tivesse aparecido, ele poderia ser reprovado.

À reportagem, ela mostrou uma lei indicando que o caso deveria ser cuidado por autoridades federais.

A delegada já havia apurado que no dia dos crimes a agente Fábia seguia até uma viatura estacionada no pátio da PF. Antes de entrar no veículo, ela chamou o escrivão Ari Rodrigo. Colegas dos dois disseram que Fábia ou iria lanchar ou então almoçar.

O escrivão disse a um outro colega policial que assistiu a cena: “Olha isso aqui, oh”. Ele sacou uma pistola que carregava na cintura e atirou uma só vez na direção da agente, atingindo-a na cabeça. Em seguida, ele atirou contra si. Os dois nem sequer foram socorridos por junta médica. Morreram no local.

Fábia era casada com um policial federal que também atuava na superintendência de Rondonópolis. Eles tem uma filha de sete anos.

Já o escrivão Ari Rodrigo havia ingressado na Polícia Federal quatro meses antes da tragédia. A mulher dele morava no Rio de Janeiro e era plano do casal ir logo em Rondonópolis.

Fábia, que também entrou na PF em 2006, era bem conhecida na cidade. Antes de se tornar agente, ela trabalhava numa agência do Banco Brasil.

Razão descartada

Um dia após o crime, o delegado executivo da PF, José Fonseca, disse à imprensa local que o escrivão não apresentava indícios de que sofria de problemas psicológicos, mas não descartou a possibilidade de ele estar estressado.

Note o que o policial disse: “Estamos todos consternados e surpresos. As investigações vão esclarecer o que ocorreu e também devem nos fornecer dados para evitar que esse tipo de coisa volte a acontecer”.

O marido da agente foi procurado, mas um amigo dele avisou que dificilmente comentaria o caso por ainda estar abalado.

Dias antes da tragédia, um grupo de policiais federais teriam tomado chopp no Gran Beer, restaurante situado na área central de Rondonópolis. Beberam até por volta da meia noite. Ari Rodrigo teria sido o último a sair da mesa. Aparentemente, segundo pessoas que o viram, ele estaria alegre e demonstrava afinidade com os colegas policiais.





Fonte: Midia News

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