Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sábado - 04 de Agosto de 2007 às 09:55
Por: Diego Soares

    Imprimir


O mercado de trabalho não está fácil para ninguém. Para o deficiente físico, a dificuldade é ainda maior. Dois fatores contribuem para esta triste constatação: o preconceito e a falta de qualificação. O presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Tangará da Serra (Astande), Francisco da Silva Corvelho, acredita que essa realidade pode mudar: "Basta os empresários de Tangará da Serra acreditarem na força de trabalho dos deficientes. Eles têm muito a oferecer. "São disciplinados, aplicados e querem provar o seu real valor perante a sociedade", comenta.

Corvelho conta que está à procura de oportunidade de trabalho. Segundo ele, está desempregado há seis meses, apesar de ter apenas uma leve deficiência na mão direita, não tendo o dedo indicador, além de não ter também parte do pé esquerdo, por conta de um acidente.

De acordo com Corvelho, ele já encaminhou seu currículo para inúmeras empresas em Tangará, mas até o momento não recebeu nenhuma resposta. “Já estou há um bom tempo sem conseguir trabalho. É muito difícil conseguir emprego nas minhas condições, e olhe que minha deficiência não é de caráter tão elevado. Chego a pensar que é preconceito por parte de alguns empregadores da cidade, que se recusam a receber alguém com algum tipo de deficiência ou problema para trabalhar em sua empresa”, reclama o presidente da Astande.

Reserva legal de cargos (A Lei de Cotas)- A Lei 8.213 de 91 prevê cotas para portadores de deficiência no mercado de trabalho. Pela lei, as empresas que têm de 100 a 200 funcionários devem reservar, obrigatoriamente, 2% de suas vagas para pessoas com deficiência, que pode ser visual, física ou mental.

Para as empresas que têm de 201 a 500 funcionários, a cota reservada aos portadores de deficiência é de 3% e, para as que têm de 501 a 1.000 empregados, de 4%. “Os deficientes associados da Astande estão depositando todas as expectativas no cumprimento da Lei das Cotas, para conseguir um emprego, mas em razão da falta de vontade de alguns empresários já estão desmotivados”, declara Corvelho.

A empresa que descumprir a Lei 8.213 de 91 pode pagar uma multa que varia de R$ 1.200 a R$ 120 mil.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, nos primeiros três meses deste ano, mais de 7 mil portadores de deficiência começaram a trabalhar com a ajuda da lei.

O gerente de um supermercado local, que prefere não se identificar, diz que o estabelecimento está procurando aos poucos se adaptar as exigências da Lei da Cotas. “A procura por emprego por parte dos deficientes no supermercado é mínima, não podemos sair buscando os mesmos em suas residências, esperamos que eles venham até aqui reivindicar um direito que somente a eles pertence e conquiste o emprego que lhes é destinado. Não temos nenhuma objeção em relação a contratação de pessoas com deficiência. Pelo contrário, os queremos trabalhando conosco”, explicou o gerente.

Astande tem hoje 135 membros - A Astande possui hoje em Tangará da Serra 135 membros devidamente inscritos. Uma parte considerável deles está desempregada, cerca de 20%. O presidente da associação diz que todos são vítimas do preconceito. “Somos sim vítimas de preconceito. As empresas deveriam classificar os deficientes que irão contratar, e não apenas usar vários com a mesma deficiência. Eu peço que a classe empresarial olhe para nós que estamos necessitados”, completou Francisco que é presidente da Associação desde março desse ano e terá mandato até 2009.





Fonte: Diário da Serra

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/213591/visualizar/