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Sexta - 03 de Agosto de 2007 às 08:27

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Uma equipe da Universidade de Oxford analisou 13 pesquisas envolvendo mais de 15 mil jovens entre dez e 21 anos e concluiu que programas de abstinência não têm um impacto negativo e nem positivo sobre a incidência de infecções transmitidas por relações sexuais ou por sexo sem camisinha, de acordo com artigo publicado no British Medical Journal.

Programas de abstinência são populares nos Estados Unidos e contam com algum apoio na Grã-Bretanha.

Nos Estados Unidos ficou conhecido um movimento chamado "The Silver Ring Thing" ("A coisa do anel prateado", em tradução livre), para promover a prática entre jovens. A iniciativa chegou à Grã-Bretanha há quatro anos.

Mas até agora esses grupos não conseguiram se estabelecer como nos Estados Unidos, onde um terço do orçamento presidencial para o combate ao vírus HIV, causador da Aids, é destinado a programas de abstinência.

O mais recente estudo, que incluiu pesquisas que comparavam o comportamento de jovens que participavam de programas exclusivos de abstinência ao de outros que não receberam educação sexual, levanta questões sobre a eficácia desses programas nos países desenvolvidos.

Os pesquisadores descobriram que nenhum dos programas de abstinência teve impacto sobre a idade em que os jovens perderam sua virgindade, sobre sexo sem camisinha, número de parceiros sexuais, incidência de doenças sexualmente transmissíveis ou de gravidez.

Um dos levantamentos analisados pelos pesquisadores britânicos mostrou um benefício no curto-prazo em que os participantes disseram ter menor probabilidade de fazer sexo no mês que se seguia ao programa de abstinência.

Mas os pesquisadores disseram que este resultado foi compensado por seis outros levantamentos que mostraram que os programas não tiveram impacto na vida sexual recente dos participantes.

Eficácia

Os resultados foram comparados ao de programas que promovem o uso de camisinhas, que reduzem muito o risco de contrair HIV, segundo o British Medical Journal.

Kristen Underhill, que liderou o estudo, disse: "Nossa análise sugere que programas exclusivamente para abstinência que têm o objetivo de impedir a infecção por HIV não são eficazes".

"Estas conclusões têm implicações importantes para políticas e práticas, especialmente nos Estados Unidos, onde programas exclusivos de abstinência recebem recursos estaduais e federais", afirmou.

Genevieve Clark, da ONG britânica Terrence Higgins Trust, disse: "Os jovens precisam saber que podem dizer não para sexo, assim como precisam saber como se proteger de gravidez ou de infecções sexualmente transmissíveis se decidirem que uma relação sexual é boa para eles".

"Mas programas exclusivamente para abstinência não funcionam porque não dão uma rede de apoio para jovens que têm um relacionamento sexual – e pesquisas mostram que muitos têm."

Ivan Blake, da ONG Brook, acrescentou que "há estudos que mostram inclusive que (esses programas) podem piorar as coisas pois as pessoas não têm os conhecimentos ou a firmeza para fazer sexo seguro".





Fonte: BBC Brasil

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