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Quarta - 25 de Julho de 2007 às 11:02

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Em ocasião à Festança do Congo ocorreu, na manha de sábado (21), o Chá-afro Tradicional e Cultural de Vila Bela da Santíssima Trindade na cabana do Poço do Secretário de Guerra do Congo no município. O evento foi realizado para recepcionar a equipe da Secretária de Estado de Cultura que prestigiou o evento.

O Chá-afro foi idealizado e coordenado por Nemézia Profeta Ribeiro, presidente das Irmandades do Divino Espírito Santo e da Santíssima Trindade. As bebidas e os quitutes oferecidos foram produzidos pelas Mulheres Nativas Bengüela, em sistema de mutirão – costume recebido há séculos dos Quilombos. Uma variedade de chás de folhas medicinais foi servida. "Ele (chá) ajuda a perpetuar os costumes e tradições da comunidade, estimulando a cooperação por meio da cultura em um processo de auto-estima", destacou dona Nemézia.

Na ocasião, o secretário municipal de Cultura, Jônice Aparecido de Almeida Marques, explicou a importância dos festejos na preservação e manutenção das tradições que fortalecem a identidade do povo de Vila Bela. Ele expressou a felicidade que toma conta do povo ao receber os filhos da cidade que residem em outros municípios e os turistas. "O chá vêm exemplificar como a festa conta com a participação de todos", ressaltou.

O Imperador, Fabrício Leite Coelho, juntamente com os músicos e foliões do Divino Espírito Santo levaram a coroa e as bandeiras para o chá, momento de emoção para os presentes. Participaram também do evento, a presidente do Fórum de Entidades Negras de Vila Bela, Marcela Profeta Ribeiro, o prefeito da cidade, Wagner Vicente da Silveira, outras autoridades municipais e turistas, dentre eles o professor angolano Kilwangy Kia Kapitango-a-Samba.

O coordenador de Intercâmbio da SEC, Carlos Ferreira, aproveitou a oportunidade e entregou o material de divulgação do 24° Salão Jovem Arte Mato-grossense ao secretário Jônice Marques.

Poço do Secretário

O Poço do Secretário de Guerra do Congo é revestido com pesados blocos de pedra canga lavrada e com a face externa polida, tem formato circular e são apoiados sobre uma base estrutural de troncos de aroeira que ficam em volta do ponto de brotação da água. Ele recebeu esse nome por localizar-se nos fundos do terreno da residência do senhor Lélis Carneiro Geraldo, que exerce cargo de secretário de Guerra do Congo de São Benedito.

Durante o período Colonial o abastecimento de água na primeira capital de Mato Grosso era feito por meio de poços implantados estrategicamente em lotes e quadras. A água era usada para os banhos e limpezas domésticas como também para molhar os jardins. "Esses poços, na época em que Vila Bela era capital, serviam à elite, mas eram feitos pela mão-escrava desta comunidade" salientou dona Nemézia Profeta. Após a introdução da rede de água, essas estruturas foram abandonadas sendo transformadas em fossas.

Hoje o Poço é um dos pontos turísticos da cidade. Por registrar parte da historia da antiga capital foi elaborado e encaminhado a SEC um projeto de recuperação dele, sendo contemplado pelo Fundo Estadual de Fomento à Cultura.




Fonte: Assessoria

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