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Segunda - 23 de Julho de 2007 às 16:07

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Vila Bela da Santíssima Trindade, município há pouco mais de 500km de Cuiabá, é mais uma vez cenário do mais antigo e tradicional evento cultural do Estado de Mato Grosso. Durante sete dias, desde o dia 18 de julho, toda a população do Município se mobiliza para divulgar de forma acolhedora a união, religiosidade e a responsabilidade de um povo para a preservação da dança, música, comida e bebida típicas da região.

O respeito à cultura local é ainda um dos pontos mais marcantes da população de Vila Bela, que há mais de cem anos segue com a tradição da Festança - festa promovida em homenagem ao Divino Espírito Santo, ao Glorioso São Benedito e à Santíssima Trindade. O evento atrai centenas de turistas de várias regiões do país e até dos países vizinhos e ainda, os filhos da terra que voltam especialmente para a ocasião.

"Na cultura africana, o aspecto de abundância é fundamental. Podemos observar que há algumas mudanças, mas a adversidade faz parte, principalmente porque é parte das tradições mato-grossenses com aspectos culturais bastante dinâmicos", analisou o professor angolano Kilwangy Kia Kapitango-a-Samba, que esteve em Vila Bela participando da Festança.

O município é lembrado por ter sido a primeira capital de Mato Grosso e também pela história de luta de um povo remanescente de escravos e, atualmente, também pelo espetáculo centenário que proporciona nesses sete dias de festa. O Licor de Kagingin, bebida tradicional de Vila Bela, é o outro atrativo apreciado pelos turistas.

A médica da cidade, Tereza Cristina Jeunon Souza, desde que mora em Vila Bela há seis anos, não perde um ano da festa. Acompanhada da família, ela participa de todos os momentos da Festança. "Isso aqui não é patrimônio apenas de Vila Bela, mas de uma sociedade que luta para manter as tradições e preservar a sua história", enfatizou.

Devoção

A Festança de Vila Bela tem início com a festa do Divino Espírito Santo com o levantamento do mastro, rezas e ladainhas nas casas dos festeiros. Os foliões, que são meninos vestidos de branco com detalhes em vermelho, cantam com responsabilidade e fervor acompanhados pela sanfona, pela caixa e pelo violão, levando as bandeiras do Divino Espírito Santo. A bandeira pobre pela zona rural e a rica pela zona urbana.

Na porta de cada casa são entoadas músicas antigas que anunciam a chegado do santo, pedindo e agradecendo aos seus devotos a esmola de bom coração, compreendendo-se naquilo que cada um possui de mais farto. Aonde o cortejo chega, se realiza um bezeque - um lanche de confraternização onde é oferecido licores, biscoitos e "chicha". E ainda, é feito um arrasta pé ao som da sanfona. Nas casas dos mais antigos ainda é possível observar o costume de espalhar folhas de laranjeira pelo chão.

Momento de grande emoção ocorre ao cair da noite, quando são levantados os mastros do Divino e de São Benedito, os quais são carregados com grande sacrifício por pagadores de promessa, sob o tocar dos sinos da Matriz, fogos e cantorias.




Fonte: Assessoria

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