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Agronegócios
Terça - 17 de Julho de 2007 às 14:10
Por: Ana Paula Bortoloni

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As exportações de Mato Grosso tiveram um crescimento de 14,90% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em maio, este percentual estava em 8,83%. No comparativo entre 2006 e 2007, houve um incremento de aproximadamente US$ 300 milhões nas vendas do Estado. No País, a variação no mesmo período foi de 19,91%, sendo que o total exportado nacionalmente chegou a pouco mais de US$ 73 bilhões, enquanto que no Estado o número foi de US$ 2,3 bilhões. Carro chefe da economia mato-grossense, a soja teve uma participação de 70,89% neste resultado, com US$ 1,6 bilhões.

No total, a exportação do complexo soja teve um crescimento de 4,35%. Os dados divulgados nesta terça-feira pela Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), o Centro Internacional de Negócios de Mato Grosso e a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), mostram uma queda de 2,58% na exportação da soja em grãos, porém um aumento considerável nas vendas de farelo, óleo e lecitina. A China, principal país comprador do Estado da soja em grãos, apresentou uma variação negativa de 2,45%, assim como a Holanda, cujo percentual ficou em 11,43% negativos.

Segundo o coordenador do Centro Internacional de Negócios de Mato Grosso, Emerson Moura, o cenário atual do mercado aponta para o abastecimento interno da soja em grãos para a produção do biodiesel, por exemplo, daí a redução nas vendas. O produto é destinado às plantas industriais para ser esmagado. Por outro lado, os subprodutos da soja (farelo, óleo e lecitina) são exportados para países que não têm planta industrial especializada e que precisam comprar o produto pronto. Um exemplo, segundo ele, é a Nova Zelândia, que nos últimos seis meses pagou US$ 14 milhões ao Estado pelos subprodutos. O último registro de venda para aquele país havia sido da ordem de US$ 600.

Ainda segundo o coordenador, a procura de novos compradores deve-se à crise energética que se instalou sobre a Argentina e beneficiou a exportação mato-grossense. “Demonstra um estímulo do mercado, reflete a procura de países, mas não garante que esta situação torne-se estável. Nós vamos continuar sendo o grande exportador de grãos”, ponderou.

A expectativa, conforme o vice-presidente da Fiemt, Jandir José Milan, é que o Estado ultrapasse a produção de soja dos Estados Unidos. Atualmente, o mercado americano exporta 25 milhões de toneladas/ano. A previsão é de que Mato Grosso alcance a marca de 26 milhões de toneladas/ano. “A meteorologia alerta para falta de água nos Estados Unidos. Eles estão direcionando a produção do etanol através do milho. Então, a tendência é que a produção de soja americana fique estagnada e a nossa cresça”, explicou.

Outros produtos que colaboraram para o crescimento das exportações de Mato Grosso foram o milho (396,61%), a carne (67,38%) e a madeira (36,14%). A madeira, conforme os especialistas, após a crise pela qual passou o setor, caminha para uma recuperação dos patamares anteriores. A média das exportações do produto era de 40%.

“Mas antes, havia um crescimento maior das vendas da madeira serrada, hoje (o crescimento) é da madeira compensada”, explicou Milan. O fato, segundo ele, deve-se ao crescimento nas importações de maquinários e equipamentos para a renovação dos parques industriais. A alteração, provocada pela baixa do dólar, mudou a estratégia dos empresários, que passaram a investir mais em tecnologia, agregando valores e aumentando a competitividade no setor, atendendo a uma “exigência de mercado”. As importações de Mato Grosso nos seis primeiros meses cresceram 198,72%.





Fonte: Olhar Direto

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