Justiça decreta prisão de ex-prefeito de Nobres acusado na Operação Guilhotina

O juiz José Zuquim, da Vara Especializada do Meio Ambiente, decretou a prisão temporária do ex-prefeito de Nobres (151 km de Cuiabá), Devair Valim de Melo (foto), do DEM, acusado de participar do esquema de fraudes em planos de manejo florestal sustentável e projetos de exploração florestal, investigado na Operação Guilhotina.

A Polícia Judiciária Civil e o Ministério Público Estadual realizaram nesta quinta-feira busca e apreensão nas casas de Melo em Nobres e em Cuiabá. Documentos e computador foram apreendidos.

O promotor Domingos Sávio Arruda sustenta que há “fortes indícios” contra Melo. Segundo Sávio, a prisão temporária é necessária porque possibilita o isolamento do acusado para que a polícia e o Ministério Público reúnam elementos que provem ou não a participação dele no esquema.

A Justiça havia expedido 75 mandados de prisão na Operação Guilhotina contra engenheiros florestais, madeireiros, proprietários de terras e servidores públicos. Cerca de 40 foram cumpridos, mas apenas quatro pessoas permanecem presas.

Ligação -- Em discurso na Assembléia Legislativa nesta quinta-feira, o deputado Humberto Bosaipo (DEM) rechaçou qualquer ligação entre ele e Devair Valim Melo em relação à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), alvo das fraudes. "O Devair é meu amigo, apenas isso", afirmou.

Primeiro-secretário da AL, deputado José Riva (PP) lembrou que, apesar da amizade que "alguns parlamentares nutrem por Devair Melo", o ex-prefeito não possui qualquer vínculo com a Casa. Bosaipo já havia negado ontem que Melo não é "assessor direto" dele.