Juíza quer um IPM contra comandante da PM

A Justiça determinou à Corregedoria da Polícia Militar que instaure um inquérito policial contra o comandante da PM de Mato Grosso, coronel Benedito Campos Filho pelo fato de não ter determinado a prisão do cabo Joailton Lopes de Amorim e do soldado Cléber dos Santos Souza. O inquérito visa apurar se houve omissão por parte do comandante.

Os dois PMs foram presos a pedido do tenente-coronel Joelson Sampaio, presidente do inquérito policial militar que apura o resultado da simulação feita em Rondonópolis no final de maio e que resultou na morte do menor Luiz Henrique Dias Bulhões. Eles estavam com as espingardas de calibre 12 de onde pode ter saído o tiro que matou o menor.

O pedido de instauração do inquérito contra o coronel é da juíza da 11ª Vara Especializada de Justiça Militar de Mato Grosso, Lúcia Perufo, que determinou a prisão do cabo e do soldado.

Os dois PMs que foram presos já entraram com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O relator do HC é o desembargador Rui Ramos, mas ontem não houve nenhuma decisão.

Eles estão recolhidos no 5º Batalhão de PM de Rondonópolis, mas ontem vieram a Cuiabá. "Eles vieram participar de uma diligência no sentido de ajudar as investigações", enfatizou o coronel Sampaio, sem detalhar que espécie de diligência seria.

Os dois policiais passaram a tarde na Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado de Mato Grosso (Politec) e retornaram ainda ontem para Rondonópolis.

Sem querer comentar o pedido de prisão contra os policiais, Sampaio apenas afirmou que "cautela não faz mal a ninguém".

Outro lado - O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Carlos Brito, o corregedor da PM, coronel Raimundo Francisco e o coronel Campos Filho foram procurados pela reportagem, mas não atenderam as ligações. A informação é que Campos Filho estava em uma entrega de viaturas e depois em reunião com o secretário.